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Atrasos nos pagamentos da Operação Carro-Pipa ameaçam deixar mais de 1,3 milhão de pessoas sem abastecimento de água no semiárido nordestino.
Os pipeiros, responsáveis pela distribuição, estão sem receber desde dezembro e alertam para uma possível paralisação caso os repasses não sejam normalizados até a próxima semana.
Conheça a Operação Carro-Pipa
A Operação Carro-Pipa atende comunidades rurais em 392 municípios de oito estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Em fevereiro, mais de 2.800 pipeiros foram contratados para levar água a áreas afetadas pela seca.
A oposição criticou o episódio, apontando falta de prioridade do governo. O deputado Rodrigo Valadares (União-SE) afirmou que o Executivo age de forma hipócrita.
“Enquanto Janja torra o dinheiro fazendo tour pela Europa, os nordestinos estão passando sede. Esse é o retrato da hipocrisia que é a gestão petista!”
O governo atribui o atraso ao fato de a Lei Orçamentária Anual (LOA) ainda não ter sido aprovada, dificultando a liberação de recursos. Segundo o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), o pagamento de R$ 50 milhões começou a ser efetuado esta semana. A pasta afirmou ainda que, com a aprovação do Orçamento prevista para março, os fluxos financeiros serão normalizados.
“O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) informa que o pagamento para a Operação Carro-Pipa está sendo efetuado nesta quinta-feira (27).
Para viabilizar o pagamento foi necessário um pedido de descentralização de recursos do ministério, feito à Secretaria de Orçamento Federal (SOF) e ao Tesouro Nacional, concedido na data de hoje.
O pedido, encaminhado à SOF no dia 07 de fevereiro, seguiu todos os trâmites necessários e ocorreu em função da Lei Orçamentária Anual (LOA) ainda não ter sido aprovada pela Comissão Mista de Orçamento da Câmara dos Deputados.
A fatura da Operação Carro-Pipa, no valor de R$ 50 milhões, superou a capacidade orçamentária disponível para cobrir simultaneamente essa despesa e os custos administrativos do MIDR. Com a aprovação da LOA prevista para março, os fluxos serão normalizados."
A Lei Orçamentária Anual (LOA) é um instrumento legal que detalha as receitas previstas e fixa as despesas do governo para o exercício financeiro seguinte, orientando a alocação de recursos em diversas áreas.
A LOA de 2025 deveria ter sido aprovada no final de 2024. No entanto, questões políticas, como a votação da PEC do Corte de Gastos e a exigência de transparência na execução das emendas parlamentares pelo Supremo Tribunal Federal provocaram atrasos no processo legislativo.
Como resultado, o governo federal enfrenta limitações na execução de despesas não obrigatórias, afetando programas e serviços essenciais. A expectativa é que seja votada em março.
Apesar da promessa de regularização, pipeiros e moradores seguem preocupados com o risco de desabastecimento. O serviço é a única fonte de água para milhares de famílias no semiárido nordestino, que dependem da distribuição contínua para suprir suas necessidades básicas.
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