Haras, provedora de internet e até igrejas são usadas para lavar dinheiro da milícia do Rio e PCC

Ecko: cavalos que aparecem em imagens obtidas pela Polícia tinham a mesma marca dos animais do rancho que o miliciano frequentava. (Internet/Divulgação)

Haras, provedora de internet e até igrejas são usadas para lavar dinheiro da milícia do Rio e PCC

Um haras foi um dos alvos de uma operação contra lavagem de dinheiro deflagrada nesta quarta (28), no Rio. Batizada de Cosa nostra fraterna, a ação da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (Dcoc-LD) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio levou os agentes ao Haras Verão Vermelho, em Paciência, na Zona Oeste do Rio, usado pela família do miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, desde antes da morte de seu irmão Wellington da Silva Braga, o Ecko.

Desde 2021, a polícia investigava o criminoso, que tinha alguns cavalos. A suspeita era a de que a compra fosse também uma maneira de lavar dinheiro.

Ecko, que frequentava o local com a mulher e os filhos, aparecia em fotos sozinho e com a família ao lado dos animais obtidas na época pelos investigadores. Os cavalos que aparecem nas imagens tinham a mesma marca dos animais do rancho que o miliciano frequentava.

No perfil do local no Instagram, era anunciada a venda e aluguel de cavalos, além de óvulos e embriões dos animais e o aluguel de carruagens. Segundo investigações, o grupo criminoso, até então comandado por Zinho, chefe da maior milícia do estado, teria movimentado R$ 135 milhões em sete anos, entre 2017 e 2023.

A investigação apontou que o grupo movimentou R$ 135 milhões nos últimos 7 anos, por meio de 7 empresas para lavar o dinheiro

Uma provedora de internet estão entre as empresas que foram alvo da Operação Cosa Nostra Fraterna, segundo as investigações da Polícia Civil e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado (MPRJ), esses estabelecimentos eram usados para lavar dinheiro da organização criminosa.

A Estrellar Web, provedora de internet que atuava em Santa Cruz, tinha o monopólio do serviço na região e conta com cerca de 40 mil assinantes. Foi fechada na manhã desta quarta pelos policiais. Na sede da empresa, foram encontrados três cofres. Um deles com pelos menos R$ 50 mil.

“Essa empresa de internet, como as outras, são três empresas de internet alvo dessa operação, suspostamente exerciam ali um monopólio daquela área, angariando recursos com a prestação de serviços, que era efetivamente feita, através de exercer um monopólio desses serviços. E agora, com asfixia financeira, impede que eles prestem esse serviço de forma coercitiva para aquela população”, destaca o delegado Jefferson Ferreira.

Os agentes cumpriram 21 mandados de busca e apreensão.

Além da interdição das empresas envolvidas no esquema, a Justiça também determinou o bloqueio de bens dos envolvidos.

Bitcoins, fintechs e igrejas: saiba as estratégias do PCC para lavar dinheiro

Maior organização criminosa do País tem diversificado as estratégias para ocultar lucros provenientes do tráfico internacional de drogas.

O Primeiro Comando da Capital (PCC), considerada a maior organização criminosa do País, tem diversificado suas estratégias de lavagem de dinheiro para ocultar os lucros provenientes do tráfico internacional de drogas e evitar a fiscalização policial.

As táticas incluem o uso de igrejas de fachada e a criação de contas em bancos digitais. Estima-se que a facção obtenha um lucro anual de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5 bilhões), expandindo suas operações para além das fronteiras nacionais, conforme informações do jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com autoridades policiais, o aumento do tráfico de cocaína tem gerado uma crescente demanda não apenas para o PCC, mas também para outras organizações criminosas, de aprimorar suas técnicas de lavagem de dinheiro e evitar a detecção por parte dos investigadores, buscando aliviar a pressão decorrente das estratégias já conhecidas.

Com informações Terra, Estadão, Veja e Agenda do Poder

Por Jornal da República em 28/02/2024
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