Impeachment e fase autoritária do neoliberalismo são tema de debate na Uerj

Impeachment e fase autoritária do neoliberalismo são tema de debate na Uerj

O processo de impeachment de 2016, que culminou na derrubada da ex-presidenta Dilma Rousseff, foi tema de debate na Uerj nesta sexta-feira (12), no Teatro Odylo Costa, filho, campus Maracanã.

O encontro contou com a presença do ex-reitor da Uerj, Ricardo Lodi, da pró-reitora de Extensão e Cultura, Claudia Gonçalves, do ex-ministro José Eduardo Cardoso, da ex-presidenta Dilma e com a mediação de Philipe Souto, organizador do evento.

O controverso impeachment, que desestabilizou o cenário político do país, foi alvo de críticas por parte de todos os convidados.

"O que fez a presidenta Dilma ser acusada, na verdade, é algo que ela deveria se orgulhar. Em um momento de crise econômica, ela adimpliu os compromissos sociais do Estado brasileiro, a partir de soluções que já vinham sendo admitidos em outros anos pelo Tribunal de Contas da União, e nós perdemos o caso quando a ideia de cortar direitos sociais em contexto de crise se tornou a regra no Brasil", disse Ricardo Lodi.

Segundo o ex-reitor, o impeachment só aconteceu pois foi sustentado por interesses de grupos nacionais e estrangeiros. "Há um evidente componente misógino em torno desse processo, além de uma articulação das forças transnacionais", declarou Lodi.

"As medidas anti-povo, como a Reforma da Previdência e o teto de gastos, só puderam acontecer após o impeachment, assim como a eleição de Bolsonaro. Eu fico feliz de ter participado dessa história, e por mais que nós não tenhamos sido vitoriosos no Senado, nós derrubamos todos os argumentos que sustentaram o golpe, então esse é, sem dúvida, o maior orgulho da minha carreira como advogado", completou Lodi.
Para Dilma Rousseff,  o Brasil nunca esteve quebrado. Segundo ela  em 2005 foi efetuado o pagamento do Fundo Monetário Internacional (FMI), permitindo que o país se recuperasse e conseguisse atingir o valor  de 375 bilhões de dólares de reserva. "O objetivo do golpe foi enquadrar o Brasil. Ato contínuo foi o teto de gastos, colocando na Constituição Federal o mecanismo de direção do gasto público", afirmou a ex-presidenta.
De acordo com Dilma,  o país precisa se reestruturar e isso  depende da educação.  "Precisamos de universidade pública, de ciência  e tecnologia, de  democratização de acesso, de diminuição das desigualdades sociais. A educação cumpre a função de acabar com a pobreza", finalizou a ex-presidenta.

Por Jornal da República em 17/08/2022
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