‘Indústria das multas’ e 'Máfia dos radares' continua atuando em todo o estado

‘Indústria das multas’ e 'Máfia dos radares' continua atuando em todo o estado

Berenice Seara afirma em sua coluna que a "Turma do turismo protesta contra a velha ‘indústria das multas’ na Região dos Lagos"

Sem vergonha alheia, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ) comemora o aumento de 115% nas multas aplicadas pela fiscalização portátil no carnaval. Só entre 8 e 14 de fevereiro, foram 36,7 mil autuações.

O que para o DER foi motivo de orgulho, encheu de preocupação o trade turístico da Costa do Sol. A esmagadora maioria dos motoristas multados trafegavam por rodovias de acesso à conhecida Região dos Lagos, como a RJ-106, RJ-102, RJ-104 e a RJ-140. Durante o feriado, mais de 16,4 milhões de veículos passaram pelas quatro estradas. Destes, 31,7 mil foram multados.

“Não somos contra a fiscalização, ao contrário”, disse Marco Navega, presidente do Conselho de Turismo da Costa do Sol. “Mas nós trabalhamos o ano inteiro fazendo a divulgação da região em todos os fóruns nacionais e em alguns internacionais. Búzios é o segundo destino internacional do Rio e sexto do Brasil. E 98% dos turistas que chegam à região usam o transporte rodoviário. As estradas da região não têm um limite único de velocidade, confundem os motoristas. E o turista que a gente tanto trabalhou para atrair, quando volta para casa está cheio de multas”, lamentou.

O Conselho de Turismo da Costa do Sol foi criado pelo Ministério do Turismo em 2008, e congrega 13 municípios, de Maricá a Quissamã. Navega lembra que as rodovias estaduais da região são todas da década de 50, com exceção da Via Lagos.

“São vias antigas, sem melhorias. A ponte sobre o Rio São João, por exemplo, entre Cabo Frio e Casimiro de Abreu, é dos anos 50. O fluxo aumentou e ela virou um gargalo. Existe um projeto para ligar Búzios ao Aeroporto de Cabo Frio, a Estrada do Nelore. Está pronto há mais dez anos, mas não sai do papel”, relata.

A SACANAGEM COM MOTORISTAS PODE CAUSAR ACIDENTES E TIRAR VIDAS

Quem viaja para Itaperuna, noroeste do Estado, já sabe que a probabilidade de tomar uma multa é quase certa, rodovias cuja velocidade permitida é 100 KM por hora de repente passa, quase sem aviso, para 40, 50 e 60 km por hora na maioria dos trechos.

As marcas de pneus no chão, são testemunhas das freadas bruscas que os motoristas são obrigados a dar, para tentar evitar as multas, destruindo o freio do carro e pneus, e diminuindo significativamente a vida útil dos veículos e aumentando o risco de acidentes, já não bastasse o excesso de quebra-molas em alguns trechos, e o alto valor das multas, não podemos ser contra a fiscalização, mas desde que seja dentro do parâmetro de que uma pessoa normal consiga seguir e não com armadilhas para gerar arrecadação, como tem sido feito.

O povo carioca e turistas não aguenta mais, e cada dia aumenta mais o número de radares pegando de surpresa até quem está acostumado a viajar pelo estado, nada justifica permitir andar a 100 km e do nada em poucos metros, ter que reduzir para 40, 50 e 60 km por hora na maioria dos trechos.

Por Ralph Lichotti, com informações do Tempo Real

Por Jornal da República em 25/02/2024
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