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Na cidade do Rio de Janeiro, a Influenza já mata mais do que a Covid-19, quando se trata de números absolutos, em dezembro. No último mês do ano, 17 pessoas já morreram por Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) provocada pelo coronavírus, quase a metade dos óbitos provocados pela gripe no período: 33, de acordo com dados do Sistema de Informações em Saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Os números mostram a aceleração da epidemia de Influenza, que teve início na capital do estado, mas que já é reconhecida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) em toda a Região Metropolitana. Em novembro, mês em que o surto de gripe começou, foram registradas quatro mortes por Influenza nessas circunstâncias e 147 por Covid-19, na cidade do Rio de Janeiro.
Pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT/Fiocruz), o epidemiologista Diego Xavier entende que os dados apresentam certo atraso, pela demora natural do processo de notificação dos óbitos. Contudo, ele destaca outro número: o de 14 mortes provocadas por SRAG que ainda estão em investigação. Para ele, elas podem representar casos não testados de Covid-19 ou de Influenza.
“Quando há um surto e ele se torna epidemia, o natural é que mais gente pegue o vírus, e isso acaba por elevar o número de óbitos. É uma aceleração comum. O que eu tenho dito, tanto para a Influenza quanto para a Covid-19, é que a pior variante é o comportamento das pessoas, porque elas relaxaram por completo com relação às medidas preventivas, que são as mesmas para todos os vírus respiratórios”, afirma Xavier.
Membro da Academia Nacional de Medicina (ANM), o infectologista Celso Ramos destaca que, dos 96 casos de SRAG do período, em quase a metade deles (46) não houve identificação do vírus causador.
“O exame para detecção do SARS-CoV-2 é diferente daquele para Influenza. Assim, há muitos casos em que nenhum exame é feito – e não se diagnostica nem Covid-19, nem Influenza. Por outro lado, como o exame para a Covid-19 já está mais facilmente disponível, ele será feito mais vezes do que o exame para Influenza. Ou seja: provavelmente, há um subdiagnóstico de casos de Influenza”, coloca Ramos.
Primeiro caso de Ômicron
Nesta segunda-feira (20), a Fiocruz confirmou o primeiro caso da variante Ômicron no Rio de Janeiro. É de uma brasileira de 27 anos, recém-chegada de Chicago, cidade dos Estados Unidos, onde mora. Ela procurou atendimento na rede municipal de saúde justamente no dia em que chegou ao país: 13 de dezembro, e está em isolamento, com sintomas leves.
Um levantamento da Agência CNN constatou que o Brasil já tem 34 casos confirmados da variante Ômicron, em oito estados. O Rio de Janeiro foi justamente o oitavo estado a confirmar. Apesar disto, Xavier acredita que a variante já estivesse presente por aqui antes.
“O mais provável é isso, que ela já estivesse por aqui, mas só foi identificada agora. Com a intensificação da circulação, as pessoas entram em contato e espalham esses vírus que estavam represados. Tivemos o retorno dos eventos que proporcionam grandes aglomerações, como shows e jogos de futebol. Agora, é importante lembrar que máscaras, álcool em gel e distanciamento protegem de todos os vírus”, conclui Xavier.
No Rio de Janeiro, a vacinação prossegue. O município tem estoque de imunizante para a gripe até janeiro.
Em relação à Covid-19, acontece a aplicação da dose de reforço para pessoas com 56 anos ou mais que receberam a segunda dose ou dose única há pelo menos três meses. Também podem ser vacinados os maiores de 18 anos que tenham cumprido os mesmos requisitos há pelo menos cinco meses.
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