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MP investiga instituto de Pesquisa por pesquisa fraudulenta
O Instituto Intelligence Pesquisa e Comunicação, que fez levantamento eleitoral em Duque de Caxias sobre a sucessão municipal deste ano, teve o seu trabalho questionado pelo Ministério Público Eleitoral, por suspeita de fraude. No último dia 4, a campanha de José Camilo dos Santos, o Zito candidato a prefeito pelo PL, entrou com ação de investigação judicial eleitoral na 126ª ZE. Não é a primeira vez que a empresa, cuja razão social é Costa e Mariath Ltda, é alvo de acusação semelhante. Em outras cidades fluminenses e até em cidades de São Paulo e Espírito Santo há processos similares contra ela.
No último dia 4, a advogada da campanha de Zito, Vânia Siciliano Aieta, impetrou ação contra o instituto por “abuso de poder de mídia e econômico, por divulgação de pesquisa com indícios fraudulentos, diante da ausência de seriedade dos meios empregados e com financiadores ocultos”, contra o candidato do MDB, Netinho Reis e os donos da empresa Costa e Mariath, Ricardo Machado Mariath e Marcio Bartolomeu Azevedo da Costa.
O que despertou a suspeita é que o levantamento da Intelligence apresentou resultado muito diferente de duas pesquisas feitas pela Quaest, Ipec (ex-Ibope) e Paraná. A ação cita que Ricardo Mariath, dono da Costa e Mariath já foi investigado em diversos municípios pela realização de pesquisas suspeitas.
De acordo ainda com o processo, há “fortes indícios de que a referida pesquisa não foi custeada com recursos da empresa Costa e Mariath, podendo ter sido custeada por terceiros, atualmente ocultos, com interesse em beneficiar a candidatura que apareceu em primeiro lugar no levantamento em questão”.
Nos dados da empresa no Serasa consta o endereço Rua Raul de Carvalho, 1686, no bairro Boa Vista, no município de São José do Rio Preto, no estado de São Paulo. Porém, no local está sediado o salão de beleza London Studio Beauty. O telefone informado também não confere.
Há outras denúncias no Ministério Público Estadual contra pesquisas feitas pela empresa em Rio Bonito, Rio das Ostras, Resende, Casimiro de Abreu e Cachoeiras de Macacu. Em Resende, o juiz Hindenburg Köhler Brasil Cabral Pinto da Silva, determinou que o instituto de pesquisa envie à 31ª Zona Eleitoral dados completos da pesquisa cadastrada no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), como controle e verificação de coleta de dados, identificação dos entrevistadores, planilhas individuais e quaisquer outros documentos que permitam a auditoria dos dados publicados. Na sexta-feira, 13, segundo o órgão, foram enviados documentos pela empresa, que ainda não foram analisados.
Em São Bernardo do Campo, o juiz da 409ª ZE, Maurício Tini Garcia, determinou a suspensão de pesquisa feita pela empresa, pois quer a comprovação dos valores e origem dos recursos despendidos no levantamento. Além disso, o questionário apresentou nome errado de um candidato.
Ricardo Mariath foi denunciado pelo MP por um suposto esquema de fraude em licitações quando atuava como subsecretário de Comunicação em Silva Jardim, no interior fluminense. Ele perdeu o cargo em 2013, após a denúncia, para a contratação do serviço de publicação de atos oficiais.
Em 15 de abril de 2014, o Grupo de Atuação Especial de Combate Crime Organizado do Ministério Público Estadual cumpriu mandados de busca e apreensão de documentos e computadores na Prefeitura de Silva Jardim, por suspeita de que quatro pessoas, entre elas Ricardo Machado Mariath, subsecretário municipal de Comunicação, e a esposa dele, teriam fraudado processos licitatórios.
As investigações começaram em agosto de 2013, depois que moradores de Silva Jardim denunciaram ao MP a não publicação dos editais de licitação do município. Os promotores descobriram que o então subsecretário Ricardo Machado Mariath, abriu o seu próprio jornal, o "Tribuna Carioca", para publicar os atos oficiais do município. Ele teria fraudado a contratação da própria empresa.
O jornal não tinha circulação e tinha como sede um escritório em Cabo Frio. Ricardo Mariath também era dono do jornal Nova Imprensa, no Centro de Nova Friburgo, mas, segundo o Ministério Público, o veículo não tem relação com o caso. O MP pediu o afastamento dele à Justiça.
Fonte A Tribuna RJ
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