Instituto responsável por administrar desfiles das escolas de samba de Brasília é vinculado a vencedora do concurso

 Instituto responsável por administrar desfiles das escolas de samba de Brasília é vinculado a vencedora do concurso

Um estranho conflito de interesses chamou a atenção durante os desfiles das escolas de samba do Carnaval fora de época em Brasília. O Instituto Candango de Política Social e Econômica Criativa (ICPec), responsável por administrar todo o evento, recebeu um montante de R$ 2.990.000 do Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Cultura, para realizar os desfiles entre os dias 23 e 25 de junho deste ano. No entanto, o ICPec e o Grêmio Recreativo Carnavalesco de Vicente Pires (Gruvipi), a escola de samba vencedora do grupo de acesso, compartilhavam o mesmo Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) até 11 de maio deste ano.

O ICPec também foi responsável por pagar os jurados do desfile, que acabaram concedendo o título ao Gruvipi, grupo do qual faziam parte. Além disso, as instituições estavam cadastradas no mesmo endereço. Essas coincidências levantaram suspeitas sobre o possível conflito de interesses e a imparcialidade do processo.

O valor recebido pelo ICPec do governo foi destinado à organização, produção e estruturação dos desfiles. Cada escola de samba do grupo de acesso recebeu um subsídio de R$ 211 mil para realizar o desfile, mas apenas o Gruvipi, como vencedor, receberá um adicional de R$ 422 mil no próximo ano por ter conquistado o título e passado a integrar o grupo especial.

A situação chamou a atenção do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), que entrou com um pedido de medida cautelar devido às possíveis irregularidades no edital. O ICPec e o Gruvipi eram considerados a mesma organização o pedido de separação feito pelo até TCDF. No entanto, o ex-presidente do Gruvipi e atual administrador do ICPec, Luciano Garcia, afirmou que a separação das organizações ocorreu após o edital.

Apesar das alegações de Luciano Garcia de que não houve conflito de interesses e de que tudo foi discutido no tribunal de contas, a situação gerou questionamentos sobre a transparência e a lisura do processo de seleção e premiação das escolas de samba.

A Secretaria de Cultura do Distrito Federal recusou qualquer relação entre o ICPec e o Gruvipi, afirmando que a escolha das campeãs foi feita pelo júri, cujos integrantes foram escolhidos pela secretaria. A secretaria enfatizou que os dirigentes do ICPec não tiveram acesso ao júri e que o julgamento foi justo, com uma pequena diferença entre a primeira e a segunda colocadas.

O caso levanta questões sobre a transparência e a integridade dos processos de seleção e financiamento de eventos culturais, além de destacar a importância da imparcialidade e da gestão adequada dos recursos públicos destinados a essas iniciativas.

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Da Editoria Última Hora Online / Imagem: Redes Sociais

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Fonte: Metrópoles

Foto: Metrópoles/ Reprodução Facebook

Por Jornal da República em 29/06/2023
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