INTERNACIONAL: Candidata de extrema direita lidera pesquisa eleitoral na Itália

INTERNACIONAL: Candidata de extrema direita lidera pesquisa eleitoral na Itália

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, dissolveu o Parlamento na quinta-feira (21/7), o que implica, automaticamente, eleições antecipadas. Pesquisa de intenção de voto indica a legenda de extrema direita Irmãos da Itália (FdI), liderada pela deputada Giorgia Meloni, com 23,8% da preferência, em situação de empate técnico com o Partido Democrático (PD), principal força de centro-esquerda no país, com 22,1%.

A pesquisa foi realizada pelo instituto SWG com 1,2 mil eleitores entre 13 e 18 de julho, com margem de erro de 2,8 pontos percentuais para mais ou para menos. Em terceiro lugar aparece a ultranacionalista Liga, de Matteo Salvini, com 14%, seguida pelo antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), com 11,2%, e pelo conservador Força Itália (FI), do ex-premiê Silvio Berlusconi, com 7,4%.

A renúncia de Draghi abre uma agitada campanha para as eleições antecipadas, e segundo fontes partidárias, o que devem ocorrer em 18, ou 25 de setembro, ou mesmo em 2 de outubro. Considerado o salvador da zona do euro em 2012, Mario Draghi foi nomeado primeiro-ministro da Itália em fevereiro de 2021 para resgatar a Itália da emergência sanitária, política e econômica, pela qual passava. Jogou a toalha na quinta-feira (21/7), esgotado pelas disputas dentro de sua coalizão.

Economia se desestabilizou

A crise política vinha-se formando há meses em Roma, tendo como pano de fundo as lutas internas do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5E). Por fim, desmoronou a heterogênea coalizão que o sustentava e que ia da direita à esquerda. O custo da dívida da Itália subiu novamente e a Bolsa de Valores de Milão fechou em queda de 1,6% na quarta-feira, reflexo da incerteza na terceira maior economia da zona do euro.

A dissolução do Parlamento era a conclusão esperada depois que o Força Itália, partido de direita de Silvio Berlusconi, a Liga, partido de extrema-direita de Matteo Salvini, e o partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5E) se recusaram a participar de um voto de confiança solicitado pelo primeiro-ministro no Senado.

De acordo com as pesquisas, a maioria dos italianos desejava que Draghi permanecesse no cargo, uma das razões pelas quais ele recuou na quarta e não confirmou sua primeira renúncia. No entanto, não conseguiu fazer com que os partidos de sua coalizão se alinhassem em torno de um "pacto" de governo que ele propôs em um longo e denso discurso no Senado. Os partidos de direita que faziam parte do Executivo esperam ganhar as eleições e decidiram derrubar o primeiro-ministro sob o pretexto de não querer mais governar junto com o Movimento 5 Estrelas. 

Por sua vez, os antissistemas, que iniciaram a crise na semana passada, consideram que vários pontos das leis propostas por Draghi são contrários aos seus princípios e que todas as medidas tomadas durante o seu governo anterior foram desmanteladas. 

Da Editoria/La Stampa/Imagem: Arquivo

Por Jornal da República em 22/07/2022
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