Jehane: Caso Itaú Copacabana: Idosa Fica Presa em Agência e Ganha Revolta nas Redes

O episódio que chocou o Brasil

O caso envolvendo uma idosa impedida de sair de uma agência do Itaú em Copacabana e sua filha, Myriam Jehane, continua a gerar grande repercussão nas redes sociais e na imprensa.

O episódio, que ocorreu em 16 de janeiro, está sob investigação da Delegacia do Idoso, no Rio de Janeiro, e também do Procon, que inspecionou a unidade bancária.

A jornalista, cantora e atriz conhecida como Jehane Saade, filha da vítima, ficou impressionada com a exploração econômica que sua mãe estava sofrendo e entrou em cena para ajudá-la. O caso ganhou visibilidade nacional, destacando não apenas o tratamento abusivo dentro da agência, mas também a forma como grandes instituições lidam com seus erros.

A repercussão nas redes sociais e a mobilização pública

O vídeo do incidente, registrado por uma cliente que testemunhou a cena, viralizou rapidamente na internet. De acordo com a página Rio 360 News, o caso atingiu mais de 10 milhões de visualizações. Além disso, diversas matérias foram publicadas em portais como G1, UOL e Folha de S.Paulo, ampliando a discussão sobre os direitos dos idosos e a responsabilidade das instituições financeiras.

Nas redes sociais, campanhas publicitárias do Itaú foram alvo de críticas e memes. Publicações do banco no Instagram passaram a receber comentários como "E o caso da idosa, Itaú?", "A gente entra na agência e fica preso em cárcere privado, e aí, Itaú?" e "Respeito não é marketing", fazendo alusão às propagandas da instituição que promovem inclusão e diversidade.
Após alguns dias sem se pronunciar, Jehane destacou a importância de viver em um ambiente sem coação. Em suas palavras:

“Mais do que uma reparação, espero que este episódio sirva de exemplo. Grandes instituições têm a real responsabilidade de se alinhar à humanização no atendimento e à proteção dos direitos de cada cidadão. Isso vai além das campanhas – é sobre respeito.”

Negociação e descaso: a tentativa de silenciamento

De acordo com Jehane, o Itaú demonstrou desdém ao lidar com o caso, chegando a oferecer um valor simbólico para encerrar o assunto, após 19 dias de impasses e enrolação.

"Eles me trataram como idiota. Foi um empurra-empurra clássico. Não levaram o caso envolvendo minha mãe idosa, agredida e toda a violência que sofremos a sério. Isso demonstra o que realmente pensam dos clientes: números, dígitos. Nenhum pedido de desculpas. Nenhuma retratação pública.”

Interferência policial e falta de providências imediatas

Outro ponto que gerou indignação foi a postura da 12ª Delegacia de Polícia, que não prendeu o gerente em flagrante ao chegarem.
Seis policiais armados foram até a agência por volta das 16h. No entanto, em vez de acolherem as vítimas, pareceram agir em favor do banco, constrangendo as três mulheres envolvidas: a idosa, sua filha e a testemunha. Dentro da própria agência, instruíram a obstrução das provas, sob ameaça de que ninguém sairia sem cumprir essa ordem.

O mesmo aconteceu na 12ª DP, onde o material foi ignorado, e o registro foi feito de forma leviana, classificado apenas como "fatos atípicos". O flagrante de cárcere privado foi relativizado pelas autoridades, evidenciando como o cidadão comum, o idoso e as mulheres – as partes realmente frágeis – são tratadas no país.

A própria idosa questionou a situação:

“Eles estavam agindo em prol do banco ou do gerente? Por que instruíram à testemunha a obstrução das provas ainda dentro da agência? Quem de fato foi protegido ali?”

Diante da inércia da polícia, a jornalista buscou apoio na Delegacia do Idoso, onde, segundo ela, foi finalmente atendida com respeito.

“O policial Júlio Cesar Pereira, oficial de cartório, ouviu as partes e comunicou o delegado, que constatou que havia sido cometido um crime e abriu procedimento, com conclusão prevista para o dia 17 de fevereiro.”

O Itaú e a contradição com suas campanhas de ESG

O caso expôs um contraste entre a realidade e a narrativa publicitária do banco. O Itaú investe fortemente em campanhas de ESG (práticas ambientais, sociais e de governança), mas, para Jehane, a postura diante do caso demonstra o oposto:

“Não houve transparência na tratativa amigável. Até o momento, houve negligência absoluta. A indenização civil e a retratação são ações que deveriam ser enérgicas, como demonstração mínima de respeito e reparação. Todos querem respostas!”

A indignação também se refletiu no meio cultural.

“O filme Ainda Estamos Aqui narra a luta de uma mulher. E nós, Itaú, ainda estamos aqui, esperando. Cadê a retratação ao público? Todos sabemos que o banco foi fundado por Walter Moreira Salles e que seu filho, o cineasta Walter Salles, assina as campanhas do Itaú sobre respeito e inclusão. Mas que ‘histórias’ são essas, Walter Salles? Respeito só na publicidade?
A ditadura corporativa continua em 2025? Vivemos tempos de medo, como disse Fernanda Torres ao receber seu prêmio: 'What stories, Walter Salles?' E em Copacabana, diante desse escândalo, ninguém vai dizer nada?”

Conclusão: um caso que expõe problemas estruturais

Ação do Procon

Diante da repercussão, o secretário-geral do Procon, João Vitor Pires, recebeu a vítima presencialmente e ofereceu apoio, além de medidas práticas para garantir que os direitos da idosa fossem respeitados.

Jehane acredita que este episódio deve servir de alerta para que outras pessoas não passem pelo mesmo sofrimento.

“É lamentável ver a falta de humanidade no tratamento aos idosos. Todos nós confiamos nossos bens, patrimônios e nossa credibilidade a bancos como o Itaú, esperando respeito e segurança. O que recebemos em troca?”

https://www.instagram.com/reel/DC2lpm1xt2T/?igsh=MTR0czF6N2Ric2VtMg==

Por Jornal da República em 08/02/2025
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