Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que rola na sua região.
Na noite do dia 30, a jornalista Natuza Nery, da GloboNews, foi alvo de ameaças e agressões verbais durante uma abordagem em um supermercado na capital paulista. O autor das ameaças foi identificado como Arcênio Scribone Júnior, policial civil de São Paulo, que teria se aproximado de Natuza de forma abrupta, proferindo declarações marcantes, incluindo a frase: "Pessoas como vocês deveriam ser aniquiladas".
O caso
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pelo jornalista, o incidente começou quando Arcênio confirmou a identidade dela no estabelecimento. A abordagem inesperada deixou Natuza surpresa e levou a buscar o homem para formalizar a denúncia. Ele foi localizado próximo à caixa, acompanhado de sua esposa, que chegou a repreendê-lo diante das ofensas.
Questionado sobre a sua atitude, o policial reiterou as declarações, mas, em seguida, tentou minimizar a situação, contando às testemunhas que havia acabado de fazer uma crítica ao trabalho do jornalista. Após a chegada da polícia ao local, Arcênio negou as ameaças, mas o caso avançou para registro na delegacia.
Repercussões
Durante o processo, foi revelado que Arcênio é policial civil, o que tornou necessário o encaminhamento da ocorrência à Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo. O comportamento do agressor, caracterizado por agressividade e posteriormente negado, tem semelhanças com discursos frequentemente associados a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo ataques a profissionais da imprensa, desinformação e intolerância.
Arcênio também já havia realizado publicações nas redes sociais defendendo pautas golpistas, atacando as urnas eletrônicas e criticando as forças armadas para não apoiarem uma tentativa de ruptura institucional após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Após a repercussão do caso, seus perfis nas redes sociais foram apagados.
Medidas
O caso reforça a importância de mecanismos que garantam a segurança dos profissionais de imprensa, frequentemente alvo de ataques. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou o episódio e pediu rigor na apuração pela Corregedoria da Polícia Civil.
Natuza Nery, que é uma das principais vozes do jornalismo político no Brasil, não se manifestou publicamente após o incidente, mas o episódio reacendeu o debate sobre os riscos enfrentados por jornalistas no exercício da profissão.
A Polícia Civil informou que a Corregedoria já está analisando o caso, e medidas cabíveis serão tomadas após a conclusão da apuração.
Fonte: Brasil247
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!