Justiça concede liberdade para mulher acusada de ofensas racistas na Barra da Tijuca

Justiça concede liberdade para mulher acusada de ofensas racistas na Barra da Tijuca

Na audiência de custódia, realizada nesta sexta-feira (7/01), o juiz Rafael de Almeida Rezende concedeu liberdade provisória à Maria Cristina Rodrigues dos Santos, que foi detida pela acusação de injúria racial contra a empresária Fabiana Garcia Cunha da Silva e duas outras mulheres negras, dentro de uma agência bancária, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade. 
   
De acordo com a acusação, Maria Cristina passou a ofender as mulheres negras após sair de dentro da agência bancária na tarde de quarta-feira (5/01), onde também teria furado a fila dos caixas eletrônicos.  

Na decisão do Processo: 0003886-33.2022.8.19.0001, o juiz levou em conta o fato da acusada ser primária e avaliou que a soltura não vai prejudicar a instrução criminal ou a aplicação da lei penal, no processo a que responderá.

Ao deferir a liberdade provisória, o magistrado impôs o cumprimento de medidas cautelares, como a que determina a Maria Cristina o comparecimento mensal ao juízo e sempre que for intimada. Ela também está proibida de se ausentar da cidade por mais de 10 dias, sem prévia autorização judicial, e também de se aproximar ou manter contato com as vítimas. A partir de agora, o processo passa a tramitar em uma das Varas Criminais.

As três mulheres registraram queixa na polícia afirmando terem sido vítimas de racismo em uma agência do banco Bradesco que fica dentro do Barra Shopping.

Fabiana Garcia Cunha e a irmã dela Regina Garcia da Cunha contaram que estavam dentro da agência, por volta das 15h20, quando uma outra cliente, identificada como sendo Maria Cristina Rodrigues dos Santos, visivelmente "descontrolada", começou a proferir ofensas racistas contra elas e mais uma mulher negra que estava na agência.

Segundo os relatos, Maria Cristina, de 53 anos, estava aborrecida por não ter conseguido fazer uma operação bancária e furou a fila do caixa eletrônico. Fabiana contou ao g1 que, ainda assim, ninguém reclamou, pois todos perceberam que ela estava alterada.

Quando a mulher não conseguiu resolver a situação no caixa eletrônico, começou a fazer ofensas racistas, conforme relato das vítimas e de outras pessoas que estavam no local.

"Ela olhou pra gente e disse que negro, quando não cagava na entrada, cagava na saída. Disse que negro não era gente, que negro não era ninguém. Disse que eu roguei uma praga pra ela e por isso ela estava tossindo", relatou Fabiana.

Via Tj-RJ

Por Jornal da República em 11/01/2022
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