Lavrov: Ocidente quer esquecer princípio de indivisibilidade da segurança

Lavrov: Ocidente quer esquecer princípio de indivisibilidade da segurança

O Ocidente está tentando esquecer completamente o princípio fundamental de indivisibilidade da segurança, referido na carta sobre as propostas de segurança europeia dirigida aos chefes da diplomacia dos países da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), disse o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, a Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA.

"Nossos colegas ocidentais estão tentando não simplesmente ignorar este princípio fundamental do direito internacional, acordado no espaço euroatlântico, mas até esquecê-lo totalmente", comentou Lavrov após conversa telefônica com Blinken.

"E para que isso não aconteça, quando recebemos a reação de Washington sobre nossas propostas iniciais, descrevi detalhadamente aquilo que estamos referindo agora, em uma carta separada que enviei a todos os ministros das Relações Exteriores dos países da OSCE e a vários outros países, para que eles saibam nossa posição", apontou ele.

Conforme as palavras de Lavrov, o diplomata russo confirmou a Blinken que "é mesmo um tema que não vamos permitir que fique atolado, e vamos insistir em uma conversa franca e uma explicação franca, por que o Ocidente não quer cumprir suas obrigações ou as quer cumprir apenas de forma seletiva, a seu favor".

Sergei Lavrov mencionou os acordos sobre o princípio de indivisibilidade da segurança alcançados pelos Estados-membros da OSCE em Istambul, Turquia, em 1999, e Astana, Cazaquistão, em 2010, que sublinhou preverem não só a liberdade de associação a alianças, mas também a necessidade de evitar garantir a segurança à custa da segurança dos outros.

"Também estamos preocupados por outros países da OTAN, por exemplo, a França, nas palavras de seu ministro das Relações Exteriores, terem afirmado não há assim tanto tempo que eles insistem na necessidade de garantir a segurança com base nos documentos anteriores à adoção da Carta de Istambul e da Declaração de Astana, citando um documento da Cúpula de Paris da OSCE do ano 1990, no qual não havia a exigência de não garantir a sua segurança à custa da segurança dos outros."

Apesar de tudo, o chanceler da Rússia deu sinal de alguma esperança.

"[...] Blinken concordou que este é um tema para conversas futuras. Veremos como correrão as coisas", referiu.

Por Jornal da República em 01/02/2022
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