Leite recusa a sugestão de Mourão e descarta o uso de GLO no RS

O senador Hamilton Mourão e o governador Eduardo Leite, ambos do RS. Reprodução

Leite recusa a sugestão de Mourão e descarta o uso de GLO no RS

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) descartou nesta sexta-feira (10) a possibilidade de implementar uma GLO (Garantia da Lei e Ordem), que permite o uso de forças armadas na segurança pública.

“Não consideramos essa opção”, disse Leite. “Temos um diálogo próximo com o governo federal, e as Forças Armadas têm colaborado muito em resgates e apoio às cidades afetadas.”

A sugestão da medida havia sido feita pelo senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e o ministro da Defesa havia dito que, para acontecer, a solicitação deveria ser formulada pelo chefe do Executivo estadual, o que não vai acontecer.

Além disso, o governador do RS anunciou também que vai recontratar policiais que se aposentaram nos últimos dez anos. Em entrevista nesta sexta-feira (10), ele explicou que o objetivo é reforçar a segurança nos abrigos.

“É uma prioridade a segurança nos abrigos e não permitir nenhum espaço para que pessoas mal-intencionadas que atuam nesses locais tragam ainda mais transtornos para as vítimas dessa tragédia”, disse o governador.

Sandro Caron, secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, informou que desde o início da tragédia, a polícia deteve 54 pessoas, incluindo 11 suspeitos de cometer crimes nos abrigos. Segundo ele, todos os autores de crimes sexuais nesses locais foram presos.

Leite revelou que cerca de 500 abrigos foram criados desde o início da tragédia. “Neste momento, destacam-se tanto as virtudes quanto os defeitos da sociedade, com algumas pessoas aproveitando oportunidades para cometer crimes e fraudes.”

Abrigo em Porto Alegre (RS). Reprodução

Ele também destacou que o governo estadual está atuando em abrigos mais pressionados, não para interferir nas ações municipais, mas para melhorar as condições de vida.

Caron disse que a administração está trabalhando para prevenir saques e garantir a segurança nos abrigos. “A forma de coibir é manter uma presença constante de policiais militares e civis. A ordem para a polícia é prender. Quem cometer crimes será levado direto para os presídios.”

Leite autorizou a convocação de 1.000 policiais da reserva da brigada militar, além de 260 aposentados da polícia civil.

Ele mencionou que a prioridade “em curto prazo” é garantir a segurança nos abrigos, enquanto a médio prazo é apoiar os municípios na retomada de serviços como limpeza, reconstrução de pontes e pontilhões, e serviços de saúde. Ele também destacou a necessidade de buscar soluções de moradia temporárias e identificar áreas para programas habitacionais.

Com informações DCM

 

Por Jornal da República em 15/05/2024
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