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Ato foi convocado depois que o ex-chefe do Executivo foi alvo de operação da Polícia Federal por investidas golpistas
Parlamentares de esquerda usaram as redes sociais para criticar a manifestação convocada por Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (25) na Avenida Paulista, em São Paulo. O ato foi convocado depois que o ex-chefe do Executivo foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) por supostas investidas golpistas.
Em postagem na rede social X (antigo Twitter), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, definiu a manifestação como um “ato ilegítimo” e disse que “representantes do verdadeiro risco para a democracia brasileira não podem ser normalizados”.
“Bolsonaro quer levar seus seguidores para a cadeia também, essa é a única explicação para convocar um ato ilegítimo em ‘defesa do Estado democrático de Direito’ quando ele está sendo investigado justamente por articular um golpe de Estado. Nunca é demais lembrar que esse grupo, marcado por perseguir ministros do STF, pedir intervenção militar e o fechamento do Congresso, atacaram a Constituição no quebra-quebra do 8 de janeiro de 2023. Representantes do verdadeiro risco para a democracia brasileira não pode ser normalizados!”, escreveu Gleisi neste domingo.
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, afirmou que, ao convocar o ato, Bolsonaro empurra seus aliados mais fiéis para uma “manifestação de desespero” que pode virar prova judicial de atos antidemocráticos.
“Sabendo que vai ser preso, Bolsonaro empurra seus aliados mais fiéis para uma manifestação de desespero que tem tudo pra virar mais uma prova judicial de atos antidemocráticos. Quem vai sabe o risco que corre. A Polícia Federal estará assistindo”, disse Freixo.
Pré-candidato à prefeitura da capital de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol) criticou a presença do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB) no ato, definido por ele como um palanque “em defesa da milícia golpista”.
“Tarcísio e Ricardo Nunes não representam o povo de São Paulo no palanque em defesa da milícia golpista. Sem Anistia!”, escreveu Boulos.
“Já falaram de democracia, Bolsonaro já ‘chorou’ em cima do trio com a camisa amarela e colete à prova de balas e Michele já discursou com trilha emotiva. Mas nada que faça o Brasil esquecer um golpe de Estado frustrado”, completou.
O deputado federal André Janones (Avante-MG) disse que fala do ex-presidente durante ato pareceu um “discurso de despedida de quem sabe que está prestes a ser preso”.
“Resumo da fala de Bolsonaro na Paulista: Bolsonaro assumiu que tinha conhecimento da minuta de golpe e tentou justificá-la. (Uma das coisas mais burras que eu já vi alguém fazer na vida) e pediu anistia, parece um discurso de despedida de quem sabe que está prestes a ser preso”, afirmou.
Já o senador Randolfe Rodrigues (sem partido) ironizou a manifestação ao publicar uma imagem que destaca o resultado da eleição presidencial de 2022.
“A imagem que nocauteia qualquer manifestação golpista em 36 segundos”, disse.
Mais cedo, a deputada federal Erika Hilton escreveu que “há golpistas na Paulista, inclusive um ladrão de joias e de rolex”, em referência a uma das investigações das quais Bolsonaro é alvo.
“Cuidado ao passarem por São Paulo, hoje. Há golpistas na Paulista, inclusive um ladrão de joias e de rolex!”, afirmou.
O ato começou, oficialmente, às 14h, mas desde o início da manhã a Avenida, um dos cartões postais da capital paulista, já registrava movimentação intensa, com a presença de apoiadores do ex-presidente vestindo camisas verde e amarelo, além de bandeiras do Brasil, de Israel e de Bolsonaro estendidas nas calçadas. O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) ficou fechado neste domingo por conta da manifestação.
Bolsonaro chegou à Avenida Paulista às 14h40 e subiu ao trio elétrico por volta das 15h ao lado de sua esposa Michelle Bolsonaro e estendeu uma bandeira de Israel e depois cantou o hino nacional.
Junto a ele no trio, estavam os senadores Magno Malta (PL-ES) e Marcos Pontes (PL-SP), o pastor Silas Malafaia, os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Minas Gerais, Romeu Zema (PL), de Goiás, Ronaldo Caiado (União) e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), além do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e vários deputados federais, como Marcos Feliciano (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO).
“Ato de Bolsonaro em São Paulo é continuação do 8 de Janeiro”, diz Lindbergh Farias
“Deputado afirma que manifestação visa atacar democracia e demandar anistia para ‘golpistas'”
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) expressou sua preocupação em relação ao ato planejado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), agendado para domingo (25 de fevereiro) na Avenida Paulista, em São Paulo, afirmando que será uma continuação do evento ocorrido em 8 de janeiro. Segundo Lindbergh, o propósito desse ato é “atacar” as instituições democráticas, principalmente o Supremo Tribunal Federal (STF), exaltar Bolsonaro como um “mito”, criticar o sistema judiciário e exigir anistia para os envolvidos em atos considerados golpistas.
O deputado também denunciou o uso de recursos públicos do Fundo Partidário para promover esse evento, que ele descreveu como um “atentado” contra a democracia, e destacou a hipocrisia daqueles que se apresentam como patriotas enquanto alimentam o crescimento do fascismo. Enquanto Bolsonaro alega que o ato visa defender o Estado democrático de direito e se proteger de acusações, como as relacionadas à Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal, que resultou na apreensão de seu passaporte, o evento será financiado pelo pastor Silas Malafaia.
Com informações de O Globo e Agenda do Poder.
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