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A historiadora e antropóloga Lilia Katri Moritz Schwarcz conquistou, nesta quinta-feira (7), a 9ª cadeira da Academia Brasileira de Letras (ABL). A eleição ocorreu em decorrência do falecimento do acadêmico Alberto da Costa e Silva.
Lilia Schwarcz obteve expressiva votação, contabilizando 24 votos a seu favor. Seu concorrente, Edgard Telles Ribeiro, angariou 12 votos, enquanto houve duas abstenções. Entre os candidatos inscritos para a eleição estavam, além de Lilia e Edgard, Chirles Oliveira Santos, Ney Suassuna, Antônio Hélio da Silva, J. M. Monteirás e Martinho Ramalho de Melo.
A professora sênior do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo e atual Visiting Professor em Princeton acumula uma vasta trajetória acadêmica e cultural. Distinguida com a Comenda do Mérito Científico em 2010, a medalha Júlio Ribeiro em 2008 pela Academia Brasileira de Letras, e a Comenda Rio Branco em 2023, Lilia Schwarcz é uma figura ativa no cenário cultural e científico brasileiro.
Lilia Moritz Schwarcz é uma renomada antropóloga, historiadora e professora universitária brasileira, com uma vasta contribuição para a compreensão da sociedade brasileira, especialmente no que se refere à história, cultura, questões raciais e a formação da identidade nacional. Nascida em 1957, em São Paulo, Schwarcz tem uma trajetória acadêmica de destaque, sendo professora titular no Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP) e professora visitante na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.
A obra de Lilia Schwarcz é extensa e influente, abrangendo livros, artigos e participações em projetos de grande relevância cultural e educacional. Entre seus trabalhos mais conhecidos, destaca-se o livro "As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos", que lhe rendeu o prêmio Jabuti em 1999. Nesta obra, Schwarcz explora a figura de D. Pedro II e o Segundo Reinado no Brasil, oferecendo uma análise crítica e detalhada que desmistifica a imagem do monarca e discute a construção da identidade nacional.
Outro livro de grande impacto é "O Espetáculo das Raças: Cientistas, Instituições e Questão Racial no Brasil – 1870-1930", no qual a autora investiga como a ciência contribuiu para a construção de conceitos raciais no Brasil e como essas ideias influenciaram políticas públicas e a percepção social sobre raça e identidade.
Schwarcz também é conhecida por sua capacidade de dialogar com o público fora do ambiente acadêmico, contribuindo para exposições e eventos culturais que buscam promover uma reflexão crítica sobre a história e a cultura brasileiras. Ela foi uma das curadoras da exposição "Histórias Mestiças", no Instituto Tomie Ohtake, que explorou a diversidade e a complexidade da formação cultural do Brasil.
Além disso, Lilia Schwarcz tem uma atuação significativa no debate público sobre questões raciais, a importância da educação e da cultura na promoção da inclusão e da diversidade. Suas análises e comentários são frequentemente buscados por veículos de comunicação, contribuindo para ampliar a discussão sobre esses temas essenciais para a sociedade.
Em suma, Lilia Moritz Schwarcz é uma figura central na historiografia e antropologia brasileiras contemporâneas, cujo trabalho contribui não apenas para o avanço acadêmico, mas também para a reflexão e o debate público sobre questões fundamentais da sociedade brasileira. Seu legado inclui a promoção de uma compreensão mais profunda e matizada da história, cultura e identidade do Brasil, desafiando visões simplistas e contribuindo para um diálogo mais rico e inclusivo.
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