Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que rola na sua região.
Em um esforço emergencial para evitar um colapso energético na Argentina, o governo brasileiro interveio rapidamente para atender a um pedido do governo ultradireitista de Javier Milei. Mesmo sem um diálogo direto entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Milei, a situação foi gerida através de canais técnicos e comerciais, destacando a capacidade de cooperação entre os dois principais membros do Mercosul.
No dia 22 de maio, em meio a uma crise de gás natural agravada por um inverno antecipado e rigoroso, a Argentina contratou emergencialmente um navio com 44 milhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito (GNL) da Petrobras. Este movimento foi crucial, uma vez que a escassez de gás já começava a paralisar a atividade industrial e provocar filas e fechamentos de postos de combustíveis no país vizinho.
O navio da Petrobras chegou às águas argentinas na tarde de 28 de maio, pronto para o descarregamento do GNL. No entanto, a Petrobras inicialmente recusou a carta de crédito do Banco de la Nación, apresentada pela estatal argentina de energia Enarsa, exigindo um novo documento para proceder com a transação.
Diante do impasse e da urgência da situação, a diplomacia brasileira foi prontamente acionada. O presidente da Enarsa contatou o embaixador brasileiro em Buenos Aires, Julio Bitelli, enquanto a chanceler argentina, Diana Mondino, buscou assistência do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. Este foi informado do problema durante um jantar comemorativo dos 200 anos das relações diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos.
Altos funcionários do governo brasileiro destacaram que o incidente demonstrou a eficácia dos países em gerenciar crises por meio de cooperação técnica e comercial, independentemente das relações políticas entre seus líderes. O porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, elogiou a rápida articulação e agradeceu publicamente à Petrobras e à diplomacia brasileira pela solução eficiente do problema.
“Temos que saber ser agradecidos e reconhecer quando as coisas saem bem. É uma questão muito sensível, de certa gravidade, com os setores que precisavam se abastecer com gás. A rapidez com que a situação foi resolvida com a carta de crédito é algo a ser mencionado e agradecido”, declarou Adorni.
Essa ação reforça a importância da colaboração regional e a capacidade do Brasil em desempenhar um papel crucial na estabilidade energética da América do Sul, mesmo em meio a diferenças políticas significativas.
Fonte: Brasil247
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!
