'MACACOS' espetáculo premiado, retorna em curta temporada, no Teatro Ipanema, Zona Sul do Rio

Peça da Cia do Sal relata as vivências de pessoas negras no Brasil e poderá ser conferida pelo público entre os dias 28/04 a 07/05

 'MACACOS' espetáculo premiado, retorna em curta temporada, no Teatro Ipanema, Zona Sul do Rio

O espetáculo "Macacos", vencedor do Prêmio Shell 2023 para melhor ator,dirigido e interpretado pelo ator Clayton Nascimento, que reestreia no Teatro Ipanema, em Ipanema, Zona Sul do Rio, e estará em cartaz com apresentações às sextas, sabados e domingos, às 19h, nos dias 28, 29 e 30 de abril e 5, 6 e 7 de maio. 

O apagamento das memórias e ancestralidades negras dão a tônica no espetáculo “Macacos”, da Cia do Sal, dirigido e interpretado pelo ator Clayton Nascimento. Com direção de Ulisses Dias, diretor da Bará Produções e produtor geral do espetáculo. 

“É uma montagem que conta somente com um ator e um batom, e trata do preconceito contra os povos pretos, a partir do relato de um homem preto que busca respostas para o racismo que rodeia seu cotidiano e a história de sua comunidade”. Define Ulisses.

Com texto denso e que chama a atenção da plateia para discussoes reais e contemporâneas, faz Refletir sobre o apagamento das memórias e ancestralidades negras, aborda a estruturação do racismo no Brasil, colocando em cena o relato de um homem negro em busca outros espaços para ocupar-se diante do adjetivo MACACO, termo mais utilizado para tentar dimunuir a figura do homem negrio e sua existencia como ser social. 

A peça trata, ainda,  sobre episódios da História Geral do país, até chegar aos relatos e estatísticas das mães e famílias dos jovens negros presos ou executados pela polícia militar no Brasil de 1500 até 2021. 

O ator e diretor, Clayton Nascimento, lembra que, “em muitos casos, o adjetivo é utilizado como xingamento ao povo negro”. Além disso, a peça trata sobre episódios da História Geral do país, até chegar aos relatos e estatísticas das mães e famílias dos jovens negros presos ou executados pela polícia militar no Brasil de 1500 até 2021. 

“Os questionamentos desse homem negro convidam o público a pensar e debater sobre os preconceitos mascarados, que existem na estruturação e no cotidiano brasileiro. Com a pandemia do COVID-19, esses números se agravam e aumentam, evidenciando assim o grande desequilíbrio social ao qual nossa nação está estruturada”, explica Clayton. 

“A obra se desenrola num fluxo de pensamentos, desabafos e elucidações que surgem em cenas pautadas em nossa história geral, como também em situações vividas por grandes artistas negros: Elza Soares, Machado de Assis, e Bessie Smith, até alcançar relatos e estatísticas de jovens negros presos e executados pela Polícia Militar no Brasil de ontem e de 2021”, analisa, ainda, o diretor Ulisses. 

Uma obra pensada para fazer a sociedade repensar  

No ano de 2015, MACACOS começou a ser desenvolvida, no entanto, só chegou ao grande público no Festival Verão Sem Censura e pelo Festival Farofa, ambos em São Paulo, em 2020, um mês antes da pandemia da Covid-19. A peça já passou pelos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Ceará, Pernambuco, Brasília e Amazonas, e, agora, volta aos palcos cariocas. 

“Durante sua turnê nacional, o espetáculo se comprometeu, diante de cada estado brasileiro, a pesquisar junto com historiadores e moradores das regiões, o que aconteceu naquele determinado estado em relação às decisões da Corte Portuguesa durante a escravatura. Para isso, se tornou-se necessário criar uma nova cena dentro da obra para cada um desses estados conforme as apresentações”, afirma o ator e diretor.

Sobre a Cia do Sal

A Cia do Sal é uma companhia que surgiu na ocasião da estréia da peça “MACACOS”, em 2016. O grupo é formado por atores e atrizes pesquisadores da cena, vindos da Escola de Arte Dramática da USP - EAD, Escola Livre de Teatro de Santo André - ELT e Célia Helena. em seu corpo, a Cia do Sal possui artistas negros, brancos, trans, gays, héteros, paulistanos, cariocas e nordestinos que pesquisam seus anseios dentro do coletivo. A principal idéia é contar, junto ao povo, fatias e memórias da nossa história. 

O nome da Cia do Sal, provém da significância que a palavra sal tem na vida das pessoas. O sal tem forte presença na formação e no surgimento do corpo humano. Mas não somente. Nos escambos escravagistas, o sal oi foi moeda de troca por seres humanos e figura marcante nas poesias que narram a dor e a morte nos navios negreiros. 

Premiações 

Entre os anos de 2016 e 2023, tanto o espetáculo quanto o protagonista, Clayton Nascimento, receberam diversas premiações por conta da montagem da peça. Entre elas estão, mais recentemente, o Prêmio Shell 2023, de melhor ator. Além disso, Clayton também venceu na categoria melhor ator o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), em 2023; melhor ator no FESTKAOS, em 2022; FESTIC Caruaru, também como melhor ator, em 2019. 

Já a peça recebeu outras premiações coletivas, como  Melhor Peça, no Festival Breves Cenas de Teatro, em Brasília, em 2019; Melhor Montagem, no Festival de Teatro do Amazonas, em 2017;  Melhor Montagem, no Festival de Teatro de Cabo Frio (RJ), em 2016.  

Serviço:

 "MACACOS" 

FICHA TÉCNICA: Clayton Nascimento: Ator, Diretor e Dramaturgo

 

Danie Meireles: Direção Técnica/ Iluminadora

Provocador cênico: Ailton Graça

Direção de Movimento: Aninha Maria Miranda

Produção Geral: Ulisses Dias (Bará Produções)

Apresentações:  Sextas e sábados às 20h, domingo às 19h

Dias: 28, 29 e 30 de abril; 5, 6 e 7 de maio. 

Teatro Ipanema (192 lugares)

Endereço: R. Prudente de Morais, 824 - Ipanema, Rio de Janeiro

Ingressos: Disponíveis no Sympla

Inteira: R$40 / Meia R$20



 

 

 

Por Cultura e Entretenimento em 19/04/2023
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