Marçal está levando os votos bolsonaristas e deixa Tarcísio sob pressão

Marçal está levando os votos bolsonaristas e deixa Tarcísio sob pressão

  Na última quarta-feira (2), o colunista Tales Faria, do UOL News, destacou a pressão exercida pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para que o ex-presidente Jair Bolsonaro entre na campanha de Ricardo Nunes ( MDB) para a Prefeitura de São Paulo. A medida sugere um possível vazamento de votos bolsonaristas para o candidato Pablo Marçal (PRTB), levantando preocupações entre os aliados do atual prefeito.

Em um encontro realizado em Guarulhos, Tarcísio se reuniu com Bolsonaro e reiterou a importância do ex-presidente gravar vídeos ao lado de Nunes. A pressão se intensifica diante da preocupação de que uma quantidade significativa de votos bolsonaristas esteja migrando para Marçal, o que poderia complicar a disputa por uma vaga no segundo turno. Segundo Faria, a insistência de Tarcísio reflete um alerta real sobre a possibilidade de Nunes perder apoio.

“Ao que tudo indica, eles estão acompanhando suas pesquisas internas e notando que há uma grande saída de votos bolsonaristas do Nunes para o Marçal. Isso não é de tudo isso”, afirmou o colunista. A situação se agrava com a polêmica entre o pastor Silas Malafaia e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que declarou apoio a Marçal. Malafaia expressou indignação nas redes sociais, levantando a questão: “Se um bolsonarista de carteirinha está indo para o Marçal, quantos outros estão fazendo o mesmo?”

Voto Útil em Debate

Paralelamente, a estratégia de voto útil ganhou destaque com o manifesto de artistas e intelectuais que apoiam Guilherme Boulos (PSOL). No entanto, Pedro Simões, estrategista de campanha da candidatura Tabata Amaral (PSB), minimizou o impacto desse movimento nas eleições. Em entrevista ao UOL News, Simões afirmou que o manifesto não terá um efeito decisivo sobre o resultado das eleições para a Prefeitura de São Paulo.

“A principal mensagem do manifesto é ter um candidato progressista no segundo turno. Não se trata de um manifesto que visa efetivamente ganhar a eleição, o que levanta um questionamento natural entre os participantes sobre a utilidade desse voto”, explicou Simões. Ele acredita que é mais difícil mobilizar eleitores para apoiar um candidato que, segundo as pesquisas, tende a perder no segundo turno.

Simões ressaltou que essa situação transforma o voto útil em uma proposta meramente simbólica, questionando a capacidade de mobilização dos candidatos em torno de uma ideia que não promete uma vitória clara. “Não é algo que vai fazer tanta diferença neste momento”, concluiu o estrategista.

Com o cenário eleitoral se desenrolando em São Paulo, a pressão sobre Bolsonaro para que apoie Nunes e a discussão sobre o voto útil em Boulos refletem a complexidade da corrida eleitoral e a importância de consolidar apoios para garantir um bom desempenho nas urnas. A saída de votos bolsonaristas e a eficácia de estratégias como o voto útil serão fundamentais nas próximas semanas, à medida que os candidatos busquem conquistar o eleitorado.

Fonte: Uol

Por Jornal da República em 03/10/2024
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