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Um médico que denunciou a prescrição do “kit covid” pela Prevent Senior foi ameaçado por diretor da empresa. O autor das coações teria sido Pedro Benedito Batista Júnior, um dos executivos da operadora de saúde. Ele será ouvido nesta quarta (22) pela CPI da Covid.
Segundo dossiê feito por 15 ex-funcionários da instituição, eles eram coagidos a prescrever remédios como cloroquina sem consentimento dos pacientes e eram obrigados a trabalhar mesmo infectados com covid-19.
Em 9 de abril esse ano, um dos médicos que realizou a denúncia gravou uma ligação com Batista. O trecho está entre os arquivos sigilosos da CPI da Covid. Ele também registrou as ameaças em boletim de ocorrência na Polícia Civil.
Após a denúncia, o médico recebeu uma ligação de Batista, que ameaçou prejudicá-lo profissionalmente. Também citou expor a filha e a família do funcionário.
“Você não ganhou nada com isso. Eu vou pegar cada um dos prontuários dos pacientes que você não tratou e vou mostrar quantos deles foram para a UTI. É isso que eu vou mostrar, porque eu tenho que provar alguma coisa”, disse o diretor, segundo a Folha.
Ele promete provar que o médio “mentiu” e é “um cara antiético”, e prossegue:
“Eu só te falei isso nessa ligação: você tem muito a perder, é sua filha, sua família, que vai ser exposta por uma mídia que hoje destrói tudo”.
A Prevent Senior, por meio de nota, diz que “o dr. Pedro Batista Júnior nega qualquer ameaça a colegas”.
Também pediu que fosse instaurada uma sindicância para investigar os “responsáveis pelo compartilhamento indevido de prontuários”. O documento foi anexado ao processo da empresa. A defesa da operadora solicitou que a denúncia fosse apurada “para que as penalidades cabíveis sejam aplicadas”.
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