Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que rola na sua região.
A Polícia Civil de Campos do Goytacazes investiga a suspeita de uma quadrilha de médicos-fantasmas lotados no Hospital Geral de Guarus (HGG), que recebem salários através de Recibo de Pagamento Autônomo (RPA), sem a comprovação de atendimentos à população. Depoimentos prestados na 146ª DP, nesta sexta-feira (20/10), levantaram a suspeita.
A denúncia foi formalizada à polícia pela Comissão Especial de Combate à Desordem Urbana da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que em fiscalização na tarde de ontem (20) no HGG comprovou que um médico recebe salário mensalmente, através RPA, mas reside e tem consultório na cidade de Vitória da Conquista, no estado da Bahia.
Os deputados Alan Lopes, Filippe Poubel, ambos do PL, e Rodrigo Amorim (PTB), responsáveis pela fiscalização, também detalharam essa e outras irregularidades durante audiência pública na Câmara Municipal de Campos. A Casa ficou lotada para receber os membros do legislativo do Rio em reunião que durou mais de seis horas e terminou à noite.
Na fiscalização no HGG, a coordenadora admitiu que o médico que está na Bahia “empresta” o seu nome para um outro profissional trabalhar no hospital. A coordenadora acabou sendo levada para a delegacia, onde admitiu que outros médicos também fazem o mesmo.
Segundo relatou o deputado Filippe Poubel, foram encontradas folhas de ponto já preenchidas em datas futuras, e outras referentes ao mês de outubro completamente em branco. O parlamentar também apresentou na audiência áudios da coordenadora convocando médicos a assinarem as folhas de ponto por conta da fiscalização que seria feita pelos deputados.
“Começamos a desbaratar hoje a máfia do RPA na cidade de Campos dos Goytacazes”, apontou o deputado Rodrigo Amorim, informando que o superintendente do HGG também foi encaminhado para a 146 DP.
Diante da gravidade das denúncias, o deputado Filippe Poubel convocou os vereadores a instalarem uma CPI para apurar as irregularidades na área da saúde. Durante o seu discurso, Poubel concedeu à parte a um vereador e foi informado de que já existe uma CPI protocolada e que as novas denúncias serão incorporadas para que a comissão seja efetivada e inicie os trabalhos.
“Essa comissão da Alerj não é de direita, centro ou esquerda. O nosso trabalho é fiscalizar para que a população possa receber serviços de excelência, e os corruptos sejam denunciados e punidos”, frisou Filippe Poubel.
Além do registro de ocorrência que foi feito na 146ª DP, a comissão da Alerj vai apresentar denúncia ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Informações levantadas pela comissão apontam que o governo estadual repassou cerca de R$ 1 bilhão para a atual gestão da Prefeitura de Campos.
“Longe de nós querer usurpar a competência dos vereadores, muito pelo contrário. A nossa parte é fiscalizar tudo relacionado ao Governo do Estado. Estamos à disposição da cidade de Campos para que a população tenha uma vida melhor, uma saúde de qualidade, um transporte de qualidade, é para isso que o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, se empenha tanto. Agora, é obrigação nossa fiscalizar os recursos que chegam e saber o que está sendo feito”, explicou o deputado Alan Lopes, presidente da Comissão Especial de Combate à Desordem Urbana.
Deputado Rodrigo Amorim apontou que máfia do RPA em Campos começou a ser desbaratada
Deputado Alan Lopes destacou a importância de fiscalizar a utilização de recursos públicos
Juliana Oliveira
Assessoria de imprensa
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!