Monitor da Violência: RJ volta a registrar mais assassinatos que SP; veja os rankings dos estados

Rio de Janeiro teve 3.388 mortes violentas em 2023 - ante 2.977 de São Paulo, que tem quase o triplo da população - e foi um dos únicos 5 estados a ter alta na comparação com 2022.

Monitor da Violência: RJ volta a registrar mais assassinatos que SP; veja os rankings dos estados

O cenário de violência no estado do Rio de Janeiro em 2023 revela uma realidade preocupante, com o número de assassinatos superando o de São Paulo, um estado com quase o triplo da população. Com 3.388 mortes violentas registradas, o Rio de Janeiro viu um aumento de 7,4% em comparação com o ano anterior, destacando-se negativamente em um contexto nacional onde a maioria dos estados apresentou redução nas taxas de homicídios.

Este aumento na violência fluminense contrasta com a tendência geral de diminuição de 4% nas mortes violentas observadas no Brasil no mesmo período, segundo dados do Monitor da Violência. O Rio de Janeiro, junto a outros quatro estados, contraria essa tendência, com um aumento significativo que ressalta a gravidade da situação de segurança pública na região.

A análise dos dados sugere que o conflito entre facções criminosas pelo controle territorial, especialmente na cidade do Rio, é um dos principais fatores por trás desse aumento. A disputa entre o Comando Vermelho e milícias, por exemplo, tem resultado em violentos confrontos e assassinatos, incluindo casos de alta repercussão como o dos médicos ortopedistas baleados na Praia da Barra da Tijuca.

Além dos confrontos diretos, o fenômeno das balas perdidas também contribui para o aumento das vítimas, afetando cidadãos que não têm envolvimento com as disputas criminosas. Este aspecto da violência urbana ressalta a urgência de medidas de segurança mais eficazes e abrangentes.

O estado do Rio de Janeiro possui um dos maiores índices de policiais militares por habitante do país, o que, paradoxalmente, não se traduziu em uma redução da violência. Este fato aponta para a complexidade dos desafios enfrentados pelas forças de segurança, que vão além do simples aumento do efetivo policial. A integração de policiais em atividades criminosas, como milícias e grupos de extermínio, é um problema grave que compromete a eficácia das ações de segurança pública.

Em resposta a essa situação, as autoridades estaduais destacam esforços para combater a criminalidade, incluindo a prisão de suspeitos e a apreensão de armas. A Polícia Civil ressalta uma queda nas mortes por intervenção policial, sugerindo uma possível melhoria na abordagem das forças de segurança. No entanto, o desafio de reduzir a violência de maneira sustentável e respeitosa aos direitos humanos permanece.

O encerramento do levantamento periódico de assassinatos pelo Monitor da Violência, em face da disponibilidade de dados mais atualizados pelo governo federal, marca uma nova etapa na transparência e na análise da violência no Brasil. A continuidade das iniciativas para monitorar e discutir a segurança pública é essencial para embasar políticas eficazes e promover a paz social.

A situação no Rio de Janeiro serve como um lembrete da necessidade de abordagens integradas e inovadoras em segurança pública, que considerem as especificidades locais e envolvam a comunidade na busca por soluções. A redução da violência e a promoção da segurança são objetivos que exigem o comprometimento de todos os setores da sociedade, em um esforço conjunto para construir um futuro mais seguro e justo para todos os cidadãos.

Com informações G1

 

 

Por Jornal da República em 19/03/2024
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