Na Espanha, extrema-direita vai às ruas contra aumento do custo de vida; No Brasil, esquerda segue anestesiada

Na Espanha, extrema-direita vai às ruas contra aumento do custo de vida; No Brasil, esquerda segue anestesiada

Da redação com Agenda do Poder - Enquanto a esquerda brasileira, em todas as suas gradações, assiste passivamente à destruição do Brasil através da entrega da nossa soberania a partir do esquartejamento da Petrobrás para a sua privatização, da venda a preço de banana da Eletrobrás que responde por um setor estratégico para qualquer país que tenha uma mínima consciência nacional, entre outros absurdos que vêm sendo perpetrados contra o povo desde do golpe de Estado de 2016, na Espanha, a extrema-direita arrastou uma multidão para as ruas contra o governo.

Milhares de manifestantes juntaram-se nas ruas da Espanha, este sábado (19), em protesto contra o aumento dos preços da comida, luz e combustível, que foi exacerbado com a invasão russa da Ucrânia. No domingo, voltaram às ruas mais de 150 mil pessoas.

Os protestos, que aconteceram nas principais cidades de Espanha, foram convocados pelo partido de extrema-direita Vox, que procura explorar o crescente descontentamento social com o custo de vida que deixou muitas famílias com dificuldades para pagar suas contas.

Do lado de fora da Câmara Municipal de Madrid, reuniu-se uma multidão de vários milhares de pessoas, a agitar bandeiras espanholas e a exigir a demissão do primeiro-ministro socialista Pedro Sanchez.

“Sanchez és um lixo, baixe as nossas contas”, gritavam juntamente a “Viva Espanha!”, a exigir ação do governo para baixar os preços.

“Temos o pior governo possível. Nem é um governo, é uma fábrica de miséria…. que saqueia e extorque os trabalhadores através de impostos abusivos”, disse o líder do Vox, Santiago Abascal. “Não vamos deixar as ruas até este governo ilegítimo ser expulso”.

Este governo “está tirando tudo de nós”, disse Anabel, uma manifestante de 56 anos. “Eles aumentam o preço da luz e do gás e dizem que é por causa do (presidente russo Vladimir) Putin, mas isso é mentira. Já era assim antes”, disse à AFP.

“Os preços da luz realmente afetam a minha família, porque alguns de nós trabalham a partir de casa, e dificilmente podemos ligar o aquecimento porque o preço do gás quase duplicou nos últimos seis meses”.

Muitos disseram que o governo devia baixar os impostos para ajudar aqueles em dificuldade.

Um país que aumenta os preços desta forma e não ajuda os seus cidadãos ao baixar parcialmente os impostos, está a afundar o seu povo”, disse Francisco de 53 anos, desempregado. “Temos de forçar o governo a agir, ou retirá-los, pelo bem de Espanha”.

No ano passado, os preços da energia em Espanha aumentaram 72%, um dos maiores aumentos dentro da União Europeia e os custos subiram ainda mais desde a invasão da Ucrânia, numa crise que vem logo após a pandemia.

Na segunda-feira os caminhoneiros espanhóis declararam uma greve indefinida contra os preços do combustível, que logo se transformou em vários bloqueios e transportes, que causaram problemas na cadeia de fornecimento. Como no Brasil os caminhoneiros são de extrema-direita, eles preferem exercitar a Síndrome de Estocolmo, que é um fenômeno psicológico em que vítimas desenvolvem um relacionamento afetivo de lealdade e solidariedade com seu opressor/agressor do que irem para as ruas contra a absurda política de preços da adotada desde 2016 após o golpe de Estado contra a Presidenta Dilma Rousseff, que beneficia os acionistas estrangeiros da companhia em detrimento da população, que é a verdadeira dona maior estatal do país.

Embora por aqui motivos não faltem para o povo ir para as ruas, o agravante, além da paralisa das esquerdas que acham que a eleição resolve tudo, é o fato de toda a imprensa que se autoproclama como “imprensa profissional”, ser a principal parceira do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro no projeto de precarização generalizada que assola o país.

Por Jornal da República em 20/03/2022
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