Na véspera do 13 de maio, Bolsonaro é a face mais cruel do racismo brasileiro

Se faz de propósito para desviar a atenção do desastre que é sua gestão na cadeira presidencial não dá para afirmar, mas o fato é que Bolsonaro ofende mais de 50% da população brasileira

Na véspera do 13 de maio, Bolsonaro é a face mais cruel do racismo brasileiro

Depois da cortina de fumaça com a troca do ministro de Minas e Energia que chegou anunciando privatização da Petrobrás e a entrega do Pré-Sal, o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro (PL) voltou a utilizar uma expressão racista, nesta quinta-feira (12), ao declarar que os negros são pesados em "arrobas". O presidente conversava com simpatizantes no cercadinho do Palácio da Alvorada.

Ao se referir ao apoiador Mauro Sérgio de Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Holambra (SP), Bolsonaro, rindo muito, questionou: “Conseguiram te levantar? Tu pesa o quê, mais de sete arrobas, não é?”.

Os outros apoiadores gargalharam com a suposta piada e o presidente emendou, ainda em tom de deboche: “Já fui processado por isso”.

Presidente usa termo “arrobas” com frequência
Não foi a primeira vez que Bolsonaro utilizou a expressão pejorativa. Em 2020, em sua live semanal, ele se dirigiu ao capitão da reserva Bruno Engler (PRTB), que postulava, à época, a prefeitura de Belo Horizonte (MG), usando o mesmo termo. Ao fazer campanha para o seu candidato, no entanto, o presidente ironizou a forma física de Engler, sugerindo que ele engordou. Para isso, Bolsonaro voltou a usar o termo “arroba”, unidade de medida usada para pesar gado.

"Um jovem, tá um pouquinho fora do peso... Deve ser a pandemia, ficou em casa muito tempo. Tá com pinta aqui de umas sete arrobas", disparou, aos risos, segurando um "santinho" do candidato.

Bolsonaro também ofendeu quilombolas
Em 2017, o atual presidente se referiu a quilombolas, em uma declaração notadamente racista, durante evento no Clube Hebraica, Rio de Janeiro. "Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com eles", disse à época. (Da redação com Revista Fórum)

 

 

Por Jornal da República em 12/05/2022
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