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No dia em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, a Prefeitura de Niterói deu início às atividades do Festival Mulher que vai reunir diversas artistas para celebrar o mês de lutas e conquistas das mulheres. Na noite de abertura, destaque para as convidadas Mônica Martelli e Preta Gil, que participaram de uma roda de conversa sobre “A mulher no século XXI: Conquistas e Desafios”. A noite culminou com o Baile da Preta que fez a plateia cantar e dançar ao som de Stereo, Sinais de Fogo e outros sucessos da cantora.
O prefeito de Niterói, Axel Grael, esteve na cerimônia de abertura das festividades e destacou que a igualdade de gênero é bandeira prioritária na cidade.
“É impossível a gente acreditar que uma pauta como essa possa sofrer retrocessos. Se bem que a gente vê, mesmo com coisas já consolidadas na nossa democracia, algumas coisas andarem para trás. O trabalho de união de forças para que os avanços sigam acontecendo é fundamental. Temos todos os motivos para acreditar na importância do protagonismo da mulher. Com o protagonismo da mulher, teremos um mundo de mais justiça, mais sustentável e de muito mais paz. Hoje também é um dia pra gente reforçar o repúdio ao machismo, o repúdio à misoginia. A sociedade tem que reagir contra isso. A luta pela defesa e pelo empoderamento da mulher é da sociedade. É uma luta do homem. É uma luta por uma sociedade melhor, por uma sociedade mais democrática. Quero agradecer muito às mulheres que fazem parte da nossa equipe, que ajudam a construir os resultados desse governo com tanta competência. Esse governo tem a questão da igualdade de gênero como uma bandeira prioritária”, afirmou Axel Grael.
A Coordenadoria de Políticas e Direitos das Mulheres (Codim) está à frente da campanha que, em 2022, leva o nome de “Nossas conquistas são históricas e diárias”. A secretária de Políticas e Direitos das Mulheres, Fernanda Sixel, disse que o Festival Mulher é uma iniciativa dentro de uma agenda maior.
“Todo ano a Prefeitura organiza uma campanha, um momento de reflexão. Esse ano, o mote da nossa campanha é “Nossas conquistas são históricas e diárias”. O 8 de março é muito simbólico. É um momento de celebrar as nossas conquistas, que não são poucas, mas também um momento de refletir e reivindicar avanços. As mulheres têm maior escolaridade mas não ocupam espaços de gestão e de liderança nas empresas e no setor público. A Prefeitura de Niterói tem compromisso com as mulheres. Lançamos o auxílio social, um programa específico para mulheres em situação de violência. Precisamos celebrar, mas precisamos continuar trabalhando. O tema da mulher perpassa todos os órgãos da Prefeitura”, explicou Fernanda Sixel.
A primeira-dama de Niterói, Christa Vogel Grael, destacou o trabalho da Codim e a importância da parceria dos homens na luta pela equidade.
“A gente quer respeito e direitos. Então esse é um momento para reflexão. O que todas nós queremos é respeito, reconhecimento e valorização. Essa é a busca ao longo desses anos. Vamos continuar buscando isso. É muito importante que a gente tenha os homens como parceiros nessa luta. Precisamos dos homens ao nosso lado como parceiros nos apoiando. Para que a gente não precise ver nos noticiários tantas histórias tristes. A luta pelos direitos das mulheres é constante”, disse a primeira-dama.
Com o tema “A mulher no século XXI: Conquistas e Desafios”, a mesa redonda do primeiro dia trouxe à tona assuntos como padrões de beleza e o excesso de tarefas das mulheres. Durante a conversa, Mônica Martelli ressaltou que, na verdade, as mulheres são sobrecarregadas.
“Estou muito feliz de estar aqui em Niterói. Tenho uma ligação afetiva e amorosa com esta cidade. O maior desafio das mulheres é a quantidade de tarefas que colocaram nas nossas mãos. Nós não somos multitarefa. Somos sobrecarregadas. Então vamos tentar aliviar tudo isso que colocam. Essas virtudes entre aspas que colocam em cima da mulher que não são virtudes. Vamos lutar por mais direitos e por equidade. É disso que a gente precisa”, afirmou Mônica.
A cantora Preta Gil falou sobre a importância de as mulheres não se adequarem a padrões previamente estabelecidos. Preta enfatizou que é uma mulher em construção.
“Por causa do preconceito, por muito tempo tentei me enquadrar nos padrões e venho me libertando disso. É um processo doloroso. Abracei minha própria vulnerabilidade e minhas imperfeições. A mulher já nasce oprimida e com uma série de imposições que não foram escolhidas por nós. Não é fácil o processo de autoamor. Sempre foi dito que cabelo branco era sinal de velhice e que precisa esconder. Fiquei dois anos sem pintar o cabelo, sou avó e tenho muita história. Ninguém é obrigada a pintar. Somos livres. Para cada mulher que ajudei a libertar, valeu cada hater que precisei enfrentar. Negritude e sexualidade foram negadas. Não tinha paz com minha miscigenação. Tentaram me embranquecer. Tentaram apagar a história dos negros no Brasil. Cabe a nós reescrever essa história e tirar da invisibilidade. Falta democracia racial no Brasil que é um país racista. Estamos em um processo de transformação. Não adianta combater isso individualmente. Precisamos melhorar isso no coletivo”, disse Preta Gil.
Além do prefeito, da primeira-dama e da secretária Fernanda Sixel, a roda de conversas teve a presença de Flávia Nascimento (defensora pública e coordenadora de Defesa dos Direitos da Mulher); e de Juliana Cardoso (juíza da Segunda Vara Criminal do Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Itaboraí).
A programação do Festival Mulher segue durante a semana com debates e muita música. Nesta quarta-feira (9), às 19h, será a vez da empresária, jornalista e ativista Luana Génot e da cantora Ana Cañas abordarem o tema “Papéis de gênero na sociedade: Qual o lugar que a mulher ocupa?”, fechando a noite com o show ‘Ana Cañas canta Belchior’, o sexto álbum da cantora.
O terceiro dia do evento, quinta-feira (10), terá início às 18h com uma premiação a 55 servidoras indicadas por órgãos da Prefeitura por contribuírem para a gestão pública da cidade. O encerramento fica a cargo da cantora, atriz, escritora e professora de música Mona Vilardo. Para fechar a semana, na sexta (11), às 20h, será a vez do ritmo contagiante de Sandra Sá com músicas que marcaram sua carreira.
Todas as atividades são gratuitas, sujeitas a lotação, e com uso obrigatório de máscaras. Também será exigida a apresentação do comprovante de vacinação contra a Covid-19. Debates e shows ocorrerão no mesmo local, a Sala Nelson Pereira dos Santos (Reserva Cultural).
O Festival encerra as atividades no dia 30, às 18h, com a entrega do Prêmio Inês Etienne Romeu, que está na 5ª edição e homenageia mulheres que se destacaram em suas atividades e participaram da luta pelos direitos femininos em diferentes áreas.
Este ano serão homenageadas 10 mulheres que atuaram individualmente ou como representantes de instituições nas seguintes categorias: diversidade de áreas de atuação; diversidade racial; e/ou diversidade geracional. A atração da noite será a poetisa, jornalista, escritora, atriz e cantora Elisa Lucinda.
A programação completa do mês da mulher está disponível no Instagram da Codim (https://linktr.ee/mulheresniteroi). Entre as atividades estão oficinas, exposições, roda de conversas sobre temas variados que vão de planejamento financeiro a longevidade, Codim Itinerante, Treinamento Lilás, lives, cursos, workshop, aulas de ioga do projeto Mulher em Movimento, Diálogos com Mulheres Negras, atividades da economia solidária, ação social, teatro, dentre outras.
Campanha 2022 – O lema da campanha deste ano, “Nossas conquistas são históricas e diárias”, vai relembrar fatos históricos como o Direito à Educação (1927), Direito ao Voto (1932) e Direito ao Trabalho sem autorização do marido (1962) e como, apesar dos direitos conquistados, as mulheres ainda não estão em pé de igualdade com os homens na sociedade.
Segundo Fernanda Sixel, as políticas públicas devem buscar a equidade de gênero, intensificar o enfrentamento às violências contra a mulher e a participação feminina em todos os espaços, entre outras questões. Por isso, a Codim vem trabalhando para garantir direitos e a emancipação da mulher.
“A Lei do Hotel de Passagem e do Programa Auxílio Social para mulheres em situação de violência, o Programa Dignidade Menstrual e o Projeto Mulher Líder colocam Niterói na vanguarda das políticas públicas a favor das mulheres. Os marcos históricos nos fazem lembrar que podemos e devemos todos os dias avançar juntas”, destacou a secretária.
Programação do Festival Mulher da Prefeitura de Niterói:
Quarta-feira (9)
19h – Roda de conversa ‘Papéis de gênero na sociedade: Qual o lugar que a mulher ocupa?’ com a ativista Luana Génot e da cantora Ana Cañas
– Na sequência, show ‘Ana Cañas canta Belchior’
Quinta-feira (10)
18h – Premiação para 55 servidoras da Prefeitura de Niterói por contribuírem para a gestão pública da cidade
– Na sequência, show de Mona Vilardo
Sexta-feira (11)
20h – Show de Sandra Sá
Quarta-feira (30)
18h – Entrega do Prêmio Inês Etienne Romeu que homenageia mulheres que se destacaram em suas atividades e participaram da luta pelos direitos da mulher em diferentes áreas
– Show de Elisa Lucinda com participação do maestro Luís Filipe de Lima
O Festival Mulher vai acontecer na Sala Nelson Pereira dos Santos (Av. Visconde do Rio Branco, 880 – São Domingos).
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