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A Caravana Mulheres pelo Brasil – Por um país com equidade e mais mulheres na política teve sua edição do Rio de Janeiro realizada na última segunda-feira (8), reunindo cerca de 200 lideranças de movimentos sociais, ativistas, estudantes e parlamentares para debater estratégias para estimular a participação feminina na política.
Ao longo do dia, debates, atividades culturais e oficinas colocaram em pauta a necessidade de as mulheres ocuparem os espaços de decisão, conforme destacou a deputada federal pelo PCdoB-RJ, Jandira Feghali:
“É muito emocionante ver a quantidade de mulheres que ousam e colocam suas vidas e ideais à disposição da luta política. E isso não é fácil; a política não é um espaço fácil para mulheres. Por isso, no PCdoB, a candidatura de mulheres é pra valer, é pra acontecer porque enfrentamos um tempo em que o ódio ainda não acabou, a violência ainda não acabou, e isso precisa ser combatido.
Nós, mulheres, precisamos ocupar os espaços onde nossas vidas são decididas. Se nós somos maioria da população e precisamos decidir sobre nós, precisamos estar nesses espaços”, afirmou a parlamentar.
Na parte da tarde, o debate “A relação dos Planos de Saúde com as famílias brasileiras” lotou o plenário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), para tratar das dificuldades vivenciadas por mulheres mães, diante do cancelamento de atendimento dos planos de saúde à pacientes em tratamentos contínuos, como crianças atípicas.
Em defesa da saúde e da vida, parlamentares e representantes da sociedade civil discutiram o cancelamento unilateral que coloca em risco a vida das pessoas. Entre os participantes compareceram: o deputado federal pelo PSB-MA e relator do PL dos Planos de Saúde Duarte Jr., Fred Pacheco, deputado estadual pelo Mobiliza-RJ e presidente da CPI dos Planos de Saúde da ALERJ, Dani Balbi, deputada estadual pelo PCdoB-RJ, Lilian Beringh, presidenta do Conselho Estadual de Enfermagem do Rio de Janeiro RJ e Fabiane Simão, representante da Associação Nenhum Direito a Menos.
Já no ato político “Caravana Mulheres pelo Brasil”, realizado na parte da noite das atividades, a pré-candidata a vereadora do Rio de Janeiro, Rafaela Albergaria, reforçou a necessidade de união no combate à desigualdade e à violência de gênero, que assombra a vida das mulheres, em um discurso cheio de emoção e força revolucionária:
“Perdi a Joana, minha prima que foi morta nos trens, a caminho da universidade. Desde então, luto por justiça, verdade e reparação por ela. Eu tive a minha vida atravessada por muitas violências e entendi que isso é uma realidade para as mulheres, principalmente nós mulheres negras. Estamos nas estatísticas de todo o tipo de violência, seja sexual, institucional, obstétrica ou doméstica, atravessadas por violências e desigualdades de todas as formas.
Pelo amor profundo que tenho por Joana, eu estou de corpo e alma para defender um projeto comunista para que as mulheres tenham uma vida com dignidade, com direitos e igualdade. Vamos juntas e fortes nessa luta”.
De acordo com o Censo de 2022, o Brasil é majoritariamente feminino, com 51,5% do país composto por elas, o que representa 6 milhões a mais de mulheres. Mesmo sendo maioria, o Relatório Mundial sobre Desigualdade de Gênero de 2023 estima que serão necessários cerca de 162 anos para atingir paridade de gênero na política. Levando em consideração os dados anteriores, a Caravana surge como uma resposta frente a esses desafios de ocupar os espaços políticos, fortalecer a representatividade feminina na política e fomentar a luta pela paridade de gênero. Organizada pela Secretaria Nacional das Mulheres do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), a Caravana agora segue para Recife e Bahia.
Fotos: Michele Gomes
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