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A recuperação da economia e dos empregos no Brasil passa necessariamente pela retomada do turismo, umas das atividades que mais geram emprego e renda no mundo.
Mas não podemos fazer isso a qualquer preço, em meio a uma pandemia que insiste em não acabar num momento em novas cepas surgem e voltam a assustar o planeta, é fundamental que haja controle sanitário para a entrada no país e não apenas os testes rápidos exigidos atualmente nos nossos portos, aeroportos e fronteiras terrestres.
Caso contrário, o Brasil vai se popularizar como destino preferencial de não-vacinamos e todo esforço feito até hoje para voltarmos a ter uma vida mais próxima ao normal terá sido em vão.
Uma pandemia é um fenômeno global e só acabará quando todo o mundo se vacinar. Acontece que, na África, há países como a Etiópia e Argélia, onde menos de 2% foram vacinados e isso ocorre não apenas porque faltam vacinas, por razões econômicas, mas também porque não existe infraestrutura para fazer com que os imunizantes cheguem às pessoas.
Na África do Sul, riquíssimo quando comparado aos vizinhos, esse percentual chega a pouco mais de 24% - foi lá onde se registrou o surgimento da nova Cepa ômicron, que já se espalhou pelos cinco continentes. Lá, não falta dinheiro, mas questões religiosas e de desinformação impedem que a vacina atinja toda a população.
Já nos países ricos – os Estados Unidos tem 57% da sua população vacinada, menos que o Brasil! –, o problema não é a falta de vacina. Pelo contrário, lá elas estão sobrando. A questão é que as pessoas se recusam a ser vacinadas. Esse é um direito delas? Sem dúvida, mas quem optar por isso deve arcar com as consequências das suas decisões. Exemplo: ser impedido entrar em outro país ou ter que levar desagradáveis cotonetadas no nariz e pagar caro por isso.
Foi por essa razão que apresentei na Câmara em novembro de 2021 o projeto de lei 4206/2021, segundo o qual a entrada no Brasil só pode acontecer mediante apresentação de PCR negativo feito até 72 horas antes do embarque ou comprovante de vacinação com duas doses ou dose única há pelo menos 15 dias.
Antes mesmo de acontecer o primeiro caso de coronavírus em solo brasileiro, eu sempre defendi o controle mais rígido da entrada no país e até o fechamento de fronteiras. Agora, cinco milhões de mortes depois no mundo, dos quais mais de 600 mil brasileiros, acredito que já tenhamos tido tempo o bastante para aprender a lição. Sim, turistas são bem-vindos, desde que sejam bons turistas, devidamente vacinados e testados, que não queiram colocar em risco a própria vida nem a de ninguém.
Dr. Luizinho é médico, Deputados Federal e Presidente da Comissão Externa de Enfrentamento do Coronavírus da Câmara.
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