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No dia 12 de março de 2020, em São Paulo, era registrado a primeira morte por covid-19 no Brasil. A vítima era uma mulher de 57 anos. Pouco mais de um ano se passou e o que vimos desde então foi uma avalanche de casos. Na noite da última quarta-feira (24), o Brasil superou a marca de mais de 300 mil mortos pela covid-19 e hoje é o epicentro global da doença. Mas como o país que já foi referência em campanhas de vacinações tem batido esse recorde tão negativo?
Essa aceleração no número de casos da covid veio aumentando pouco a pouco. Tivemos um 2020 atípico: assustados, procuramos aos poucos entender e nos adaptar à uma série de frases que se tornaram bem populares no nosso vocabulário: e fundamentados em meio ao “fique em casa” e o “o novo normal” fomos nos acostumando com o uso de máscaras e álcool em gel. Aos poucos, essa narrativa foi se moldando a novos agentes que entoavam discursos contrários:
- Ora, mas se os transportes públicos estão lotados de que adianta isolamento social?
- E como ficam os empregos? as pessoas precisam trabalhar!
Com isso, fomos aos poucos nos moldando à essa nova estratégia que chegou acompanhada de uma queda significativa no número de mortes e de casos da doença nos meses seguintes. Mesmo em meio à relatos de especialista que alertavam para uma possível segunda onda que já acontecia em países da Europa, muitos de nós fomos abandonando as medidas de isolamento e distanciamento social.
Até que relatos de uma nova variante mais transmissível que o coronavírus original e suas mutações que já atuava em Manaus desde novembro de 2020 vinha se intensificando e se espalhando após esses meses de festas. E o resultado dessa variante foi devastador.
No último dia 17 de março o país registrou 90.830 novos casos da doença, na última quarta-feira (24) foram 90.504 novos casos o segundo maior registro até aqui.
Sem leitos, medicamentos, e atônita quebra de braço entre políticos, quatro trocas de ministros da saúde. Isso tudo sob forte pressão dos agentes públicos, a mando de governadores e prefeitos, utilizarem métodos repreensivos abruptos e até mesmo violentos contra cidadãos.
Com a disseminação descontrolada da nova variante do coronavírus, o surgimento de novas cepas se intensificaram, gerando ainda mais mortos e contaminados no País. O mesmo aconteceu em países da Europa que adotaram o Lockdown como solução.
Aqui no Brasil, além da guerra travada contra a covid o que se viu foi uma “politização do vírus”. Mitos em torno da vacina, a compra ou não da vacina Coronavac, aqui popularizada como “vacina chinesa”. A demora para encomenda de lotes do imunizante além, de discursos negacionistas fizeram o Brasil se tornar o mais novo pavor do mundo com relação ao coronavírus.
Em 2019, quando surgiram os primeiros casos da doença em Wuhan, na China, muitos nomearam a covid-19 como o “vírus chinês”. Hoje 29 países já registraram casos da nova variante brasileira. Não seria o caso do vírus ser rebatizado? E o dinheiro destinado aos estados e municípios? O que foi feito dos hospitais de campanha?
Texto: Jean Telles. Foto: Reprodução.
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