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Sem ser médico, vou correr um grande risco, ao me permitir fazer uma digressão sobre o Caso Marielle.
O câncer é uma doença maligna com um crescimento desordenado de células agressivas, que formam um tumor que geralmente é fatal.
No nosso querido RJ, vemos uma proliferação de células malignas a crescer e invadir tecidos da sociedade e do Estado. O Rio de Janeiro é como um corpo doente com um câncer, em estágio avançado.
Um deputado federal, um conselheiro do Tribunal de Contas do estado e um ex-chefe da Polícia Civil são presos, suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, isso demonstra o quadro de metástase a penetrar no tecido institucional Fluminense.
O delegado Rivaldo Barbosa, que ocupou diversos postos na área de segurança do estado, simboliza a penetração do crime na cúpula das polícias. Ele é suspeito de obstruir investigações de diversos crimes, e ter planejado meticulosamente o assassinato de Marielle, dando orientações em relação ao momento e ao local do crime.
Os irmãos Brazão simbolizam o poder político do crime no Rio de Janeiro. Chiquinho foi vereador, secretário da prefeitura do Rio e exercia o mandato de deputado federal. Domingos foi vereador, deputado estadual e atuou como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, órgão responsável por julgar os gastos do governador e dos prefeitos.
O caso Marielle Franco revela que o crime que tomou as ruas do Rio de Janeiro fez uma simbiose com o sistema político, a cúpula das polícias e a burocracia estatal. Não é possível distinguir organização criminosa, governo e Estado, que formam, como disse o ministro Flávio Dino, um “ecossistema criminoso”.
No Rio de Janeiro, o Estado não é apenas conivente com o quadro de violência.
É cúmplice das organizações criminosas e das milícias. Barbosa é o quarto ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro preso por envolvimento em crimes, como corrupção, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e relação com o jogo do bicho.
As instituições públicas estão contaminadas e não têm condições de combater o crime. No final das contas, fazem parte do esquema.
O aprofundamento das investigações é fundamental não apenas para punir todos os envolvidos no assassinato de Marielle, mas também para revelar as entranhas das células cancerígenas que tomaram conta do Estado.
A crise no Rio de Janeiro é um sintoma dessa doença terrível, que afeta não só o estado do Rio, mas todo o país.
Se falei bobagem sobre o câncer, por favor relevem, pois como disse no início, não sou da área médica, sendo apenas um humilde professor de Física aposentado.
Boa Páscoa a todos e até a próxima semana
Filinto Branco - colunista político.
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