O Contraste entre a Zona Oeste e a Zona Norte do Rio de Janeiro: ENQUANTO UM LADO AVANÇA, O OUTRO PEDE SOCORRO

O Contraste entre a Zona Oeste e a Zona Norte do Rio de Janeiro: ENQUANTO UM LADO AVANÇA, O OUTRO PEDE SOCORRO

No contexto atual da metrópole carioca, a Zona Oeste emerge como um refúgio para aqueles que buscam escapar das garras da violência urbana, oferecendo, ademais, opções de moradia com valores mais acessíveis. Contudo, este aparente idílio encontra-se ameaçado pela inadequação dos serviços essenciais, como o saneamento básico, que não se expande na mesma proporção do crescimento demográfico, e o transporte público, que se mostra incapaz de atender à crescente demanda advinda do exponencial aumento de residentes.

Os dados do Censo de 2022 ilustram esta dinâmica de crescimento, destacando-se na Zona Oeste os bairros de Guaratiba, com um aumento populacional de 43%, Barra da Tijuca, com 40%, Jacarepaguá, com 14%, Santa Cruz, com 12%, e Campo Grande, com 10%. Este cenário contrasta vivamente com o declínio observado na Zona Norte, onde bairros como a Penha e o Complexo do Alemão viram sua população diminuir em 24% e 21%, respectivamente.

Este fenômeno reflete a negligência em promover políticas de habitação acessível e de incentivo ao empreendedorismo em determinadas áreas, conduzindo a uma redistribuição populacional para regiões com maior oferta de moradia econômica. A consequência imediata é a migração de habitantes para bairros que, embora inicialmente promissores, rapidamente se veem sobrecarregados pela falta de infraestrutura adequada para suportar o novo contingente populacional.

Diante deste panorama, emerge a questão crucial: como revitalizar áreas como o Centro e a Zona Norte, reaquecendo o mercado imobiliário e comercial nessas regiões? A resposta reside na implementação de políticas públicas estratégicas que fomentem o desenvolvimento urbano equilibrado, incentivando a oferta de moradia acessível e a criação de novos negócios, de modo a distribuir de forma mais homogênea a população pela cidade. Isso passa pela requalificação urbana, pelo incentivo à diversificação econômica e pela melhoria dos serviços públicos, especialmente no que tange ao transporte e ao saneamento básico.

Para os moradores da Zona Oeste, o desafio imediato é exigir do poder público a ampliação e a melhoria dos serviços essenciais, de forma a garantir que o crescimento populacional seja acompanhado de um desenvolvimento infraestrutural adequado, assegurando, assim, a qualidade de vida e a sustentabilidade urbana. A participação cidadã, nesse contexto, revela-se fundamental para pressionar por mudanças concretas que atendam às necessidades da população em constante expansão.

Neste cenário de transformações urbanas, a cidade do Rio de Janeiro encontra-se em uma encruzilhada, demandando ações imediatas e planejamento a longo prazo para equilibrar o crescimento populacional com a oferta de serviços públicos de qualidade, garantindo, assim, um desenvolvimento urbano sustentável e inclusivo.

Com informações Vereador Pedro Duarte

Por Ralph Lichotti

Por Jornal da República em 22/03/2024
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