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Em meio a pandemia, o Brasil despertou para crimes raciais. Em 2020 houve avanços tímidos sobre a causa. Tragédias rotineiras conquistaram repercussão inédita e trouxeram o debate para o centro da sociedade. Ao pânico de brasileiros assistindo dobrar o número de mortos pela pandemia, surge nesse cenário, a morte de George Floyd pela polícia nos Estados Unidos, o que coloca o Brasil a debater seu racismo, trazendo movimentos negros para holofotes e evidência midiática.
Novas regras definidas pelo Tribunal superior eleitoral estabelecem que, para as eleições deste ano, é obrigatória a distribuição proporcional dos recursos eleitorais, também verbas e tempo de propaganda entre candidatos brancos e negros. Será que com todo esse cenário e mudanças na legislação eleitoral teremos menos obstáculos e maior engajamento de candidaturas negras?
Números divulgados pelo TSE informam uma mudança no perfil dos candidatos das eleições de 2022. O aumento de candidaturas negras e pardas supera pela primeira vez as candidaturas brancas. No total, pretos e pardos representam 49,75% diante 48,68% de brancos. Ainda é tímido esse aumento de candidaturas negras, levando em consideração que estamos em um País de 56% de população negra. É fato que esta ampliação está relacionada com a inclusão dessa população em políticas de cidadania e pela mobilização para aumentar o debate político.
Talvez a maior barreira para as candidaturas negras sejam as “muralhas partidárias”, é notável que partidos há tempos procuram mulheres para ocupar o percentual exigido por lei eleitoral, igualmente hoje vimos partido convidando negros para assim alcançar a pauta política chamando holofotes das mídias. Porém a estes candidatos são destinados às vagas proporcionais e quando na majoritária encontram-se na suplência ou vice, mantendo-se sempre nas sombras e retaguardas.
Isto, vem provocando mobilizações a fim de criar novos partidos onde protagonizam candidaturas negras, indígenas e de paridade de gênero, atraindo essa população a se filiar nestes por melhor segurança nas vagas eleitorais, possibilidade de majoritárias e ser protagonizado nas mídias. A exemplo temos o “RAÍZES” partido em construção em fase de registro já presente em dezesseis Estados.
Estará o Brasil amadurecendo? A população buscando suas origens para melhor representá-la pode ser o fato que realmente poderá trazer novos quadros à política nacional, elegendo candidatos negros que com espaço nas tribunas consigam alcançar mandatos majoritários, trazendo reais valores e políticas públicas que tenham a “cara do Brasil”.
Agora façam um exercício: O que vocês vêem? Faltando pouco para as eleições de 2022, se sentem representados?
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