O Dever de Agir dos Educadores Diante de Crises Humanitárias

*Professor Jorge Tardin

O Dever de Agir dos Educadores Diante de Crises Humanitárias

Em uma era marcada por frequentes crises climáticas, sanitárias e humanitárias, além da disseminação massiva de desinformação, o papel do professor e da educação se torna essencial para formar cidadãos críticos e conscientes. Como educador, entendo que a pedagogia ultrapassa meramente o ensino de habilidades básicas; ela é fundamental para construir uma sociedade que valoriza a verdade, a ética e a democracia. Este texto visa demonstrar como a educação pode se tornar uma ferramenta poderosa contra as estratégias de extremistas que exploram tragédias para manipular a opinião pública.

Educação como Fundamento da Crítica Social

A principal função da educação, especialmente em tempos de crise, é desenvolver um senso crítico robusto nos estudantes. Utilizando as novas mídias, a pedagogia focada no pensamento crítico ensina os usuários das redes sociais a questionar informações, analisar diferentes fontes e formar opiniões baseadas em evidências. Isso é vital num mundo onde fake news e teorias da conspiração são ferramentas comuns usadas por extremistas políticos para semear desconfiança nas instituições democráticas e científicas.

Pedagogia e Resiliência Democrática

Como educadores, temos a responsabilidade de instilar não apenas conhecimento, mas também valores democráticos como justiça, igualdade e respeito mútuo. O espaço educacional, ou "sala de aula", deve ser um microcosmo da sociedade, onde os estudantes são encorajados a aprender e praticar o diálogo e o debate respeitoso. Essa experiência prepara os indivíduos para participarem ativamente da democracia e se tornarem cidadãos que valorizam e defendem as instituições democráticas contra-ataques extremistas.

Enfrentando a Desinformação

Para combater a desinformação, é essencial integrar o ensino de literacia midiática na pedagogia, desenvolvendo habilidades para identificar fontes confiáveis, entender contextos de notícias e informações, e discernir entre opiniões e fatos. Essas habilidades são cruciais para enfrentar a onda de desinformação que acompanha frequentemente as crises humanitárias, exploradas por aqueles que desejam manipular a opinião pública e enfraquecer as democracias.

Exemplo da Pandemia de COVID-19

A pandemia de COVID-19 ressaltou a necessidade de uma educação robusta em saúde pública e ciências. A rápida disseminação de informações errôneas destacou a urgência de educar os cidadãos sobre como doenças se propagam e como crises de saúde são gerenciadas. Ensinar esses conceitos não apenas aumenta a conscientização individual e comunitária, mas também fortalece a confiança nas instituições de saúde, frequentemente alvos de desinformação.

Conclusão

À medida que enfrentamos o desafio de não apenas ensinar, mas também de moldar cidadãos capazes de navegar por um mundo cada vez mais complexo e repleto de desinformação, a importância da pedagogia se destaca como fundamental. Esta não é meramente uma ferramenta de transmissão de conhecimento, mas um catalisador que desperta nos estudantes a capacidade de pensar de maneira crítica e atuar com integridade. Mais do que nunca, é vital que integremos nas salas de aula práticas que estimulem o questionamento e o pensamento independente.

Além disso, a educação deve se comprometer a fortalecer os valores democráticos e éticos, preparando os alunos não só para testes e provas, mas para os desafios da cidadania ativa. Ao fazer isso, podemos cultivar uma geração que não só questiona o mundo ao seu redor, mas que também tem a coragem e as ferramentas para mudá-lo para melhor.

Em última análise, é através de um compromisso contínuo com uma educação robusta e holística que podemos esperar superar a maré de desinformação e enfrentar os desafios globais contemporâneos. Com cada aluno que capacita-se a discernir fatos de ficção e agir com ética e responsabilidade, construímos, pouco a pouco, uma sociedade mais informada, justa e resiliente. Assim, a pedagogia não é apenas parte da educação; ela é a espinha dorsal de uma sociedade que aspira a um futuro sustentável e equitativo para todos.

*Jorge Tardin, professor de Direito, foi o pioneiro na implementação do sistema de multipropriedade no Estado do Rio de Janeiro, no Búzios Beach Resort, em estrita conformidade com a Lei 13.777/18. Sua experiência prática e acadêmica no campo do Direito foi essencial para o desenvolvimento e registro de uma convenção inovadora no setor imobiliário turístico no Brasil.

 

Por Jornal da República em 11/05/2024
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