Obesidade: “As perspectivas de tratamento para o futuro são excelentes”, afirma Dr. Lucas Gelatti, médico especialista em medicina física, reabilitação e emagrecimento

Obesidade: “As perspectivas de tratamento para o futuro são excelentes”, afirma Dr. Lucas Gelatti, médico especialista em medicina física, reabilitação e emagrecimento

O Brasil deverá ter, até 2030, quase 30% de sua população adulta com obesidade. A projeção foi feita pela World Obesity Federation, uma organização internacional voltada para redução, prevenção e tratamento da obesidade.

No entanto, de acordo com o médico especialista em Medicina Física, Reabilitação e Emagrecimento, Dr. Lucas Gelatti, as perspectivas de tratamento para o futuro são excelentes. “Visto que as medicações vêm evoluindo a passos largos, com diversas moléculas sendo pesquisadas, algumas já estando em estudos fase 3 que é a última fase antes de ser disponibilizada para o mercado. A medicação que temos hoje que mais entrega perda de peso já chegou na faixa de perda de peso da cirurgia bariátrica e se chama tirzepatide com um resultado de perda de peso de 26,6%. As medicações em estudo entregarão facilmente mais do que isso e em menos tempo, o que muito provavelmente decretará o fim da cirurgia bariátrica nos próximos anos, deixando essa a cirurgias apenas em caráter de excessão para pacientes refratários a outros tratamentos”. Afirma o médico.

De acordo com Dr. Lucas, apesar do fácil acesso à informação, muitas pessoas ainda têm dificuldade de enxergar a obesidade como doença. “O que acaba dificultando e muitas vezes atrasando o tratamento da pessoa acometida pela obesidade em anos, levando essa pessoa a apresentar quadros de mais difícil tratamento, que se tivesse sido tratada antes não necessitaria de medidas tão extremas quanto uma cirurgia bariátrica”, acrescentou.

Mas afinal, Dr. Qual a expectativa para o tratamento da obesidade no futuro?

“Mesmo com as várias opções de tratamento que temos atualmente, os números da obesidade seguem crescendo por uma série de fatores. Entre eles podemos ressaltar o ambiente obesogênico que vivemos hoje, com uma oferta vasta de alimentos altamente palatáveis com alta densidade calórica, isso sem falar de seu potencial inflamatório que também é um importante fator relacionado a obesidade. Também podemos citar o fato de vivermos em uma cultura gastronômica regida pelo hedonismo alimentar que é a cultura que valoriza muito o prazer relacionado a comida”, destaca o médico.

Outra pesquisa feita pela UNIFESP aponta que o aumento da obesidade deve colocar, em breve, a obesidade como principal causa de câncer no Brasil e no mundo, superando o tabagismo. Como evitar que isso aconteça?

“A única maneira disso acontecer seria com uma mudança muito grande na maneira como a sociedade se relaciona com os alimentos e com o exercício físico, além da forma como ainda é vista a obesidade, passando a enxerga-la como uma doença crônica a qual necessita de tratamento assim como qualquer outra doença”. Conclui Dr. Lucas.

Por Betoh Cascardo em 02/11/2023
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