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Queridos amigos do Brasil, saudações de Marte! Aqui quem fala é Zhurong, o primeiro rover chinês em solo marciano!
Primeiro, deixem-me contar a vocês um pouco mais sobre meu nome. Na mitologia chinesa, Zhurong foi a divindade que trouxe o fogo e tirou os seres humanos da escuridão. Por isso, meu nome representa a fagulha inicial na grande jornada de exploração do universo, uma luz que inspira a humanidade a continuar se superando na busca pelo conhecimento.
Como todos sabemos, a exploração e o estudo do universo expandem o espaço onde os humanos podem desenvolver suas atividades, e, além disso, ajudam a desvendar os segredos da própria Terra. Atualmente, nossas explorações espaciais abrangem vários corpos celestes, como o Sol, planetas e asteroides. Marte é o planeta mais semelhante à Terra no Sistema Solar e é também o que mais desperta nossa curiosidade e imaginação. No entanto, sua exploração é extremamente arriscada e difícil, pois os voos espaciais de longa distância envolvem muitas incertezas. Além disso, a atmosfera marciana é rarefeita e instável, o terreno é bastante acidentado, e o planeta é constantemente varrido por enormes tempestades de poeira. Para piorar as coisas, ainda há um grande atraso na comunicação com a Terra, o que torna o pouso em Marte um verdadeiro desafio, já que a chance de algo dar errado é muito alta. Desde 1960, a humanidade já enviou 45 missões ao planeta vermelho, mas apenas 20 foram bem-sucedidas, e apenas 9 pousos tiveram êxito. Por isso, não é nada fácil eu estar conversando com vocês daqui de onde estou!
Agora vou contar sobre como cheguei até aqui. No dia 23 de julho de 2020, foi lançada a sonda Tianwen 1 como parte da primeira missão exploratória chinesa a Marte, e eu estava escondidinho lá dentro! A sonda levou sete meses para chegar à órbita marciana, depois de percorrer 470 milhões de quilômetros, a uma velocidade de 300 mil quilômetros por dia. No dia 15 de maio de 2021, a Tianwen 1 pousou com sucesso na área conhecida como Utopia Planitia. No dia 22, fiz minha aparição como o primeiro rover chinês na superfície do planeta vermelho!
É realmente incrível eu ter chegado intacto nesta viagem inaugural a Marte. Isso foi possível graças ao trabalho incansável de cientistas e pesquisadores que se dedicaram dia e noite a criar as tecnologias necessárias.
Agora quero falar das minhas principais habilidades! Sou a parte mais importante de toda a missão exploratória em Marte, e posso ser descrito como um complexo de equipamentos de alta tecnologia e precisão. Eu peso 240kg, tenho 1,85m de altura e uso células solares como fonte de energia. Carrego um radar de penetração no solo (GPR), um detector de campo magnético de superfície (MSMFD), um instrumento de medição meteorológica (MMMI), um detector de composto de superfície (MSCD), uma câmera multiespectral (MSC) e uma câmera de navegação e topografia (NTC), entre outros dispositivos de primeira linha.
Tenho ainda duas habilidades especiais: uma é meu piloto automático de ponta, auxiliado por sensores óticos e de terreno espalhados pelo meu corpo. Minha segunda habilidade é meu desempenho off-road. Tenho quase a mesma altura de um SUV compacto e 3,3m de comprimento. Sou bem parrudinho! Tenho seis rodas que podem ser dirigidas de forma independente e posso garantir que estou sempre no controle da situação, independentemente das “condições de tráfego” na superfície de Marte. Neste momento, estou trabalhando com percepção ambiental, movimento sobre a superfície planetária e exploração científica, conforme planejado.
Queridos amigos do Brasil, não há distância que separe quem sonha junto! Sei que a China e o Brasil, como parceiros estratégicos globais, alcançaram resultados notáveis com sua cooperação no setor aeroespacial e também em outras áreas. O desenvolvimento conjunto do Satélite Sino?Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS) é reconhecido como um modelo para a cooperação Sul-Sul: por esse programa já foram desenvolvidos e lançados com sucesso 5 satélites até agora. Um deles, o CBERS 04A, colocado em órbita no dia 20 de dezembro de 2019, foi o primeiro a ser lançado após o 30º aniversário da cooperação espacial entre os dois países. O satélite, um novo marco nessa jornada, carrega também grandes expectativas em relação a essa parceria.
Queremos trabalhar com nossos amigos brasileiros para impulsionar o intercâmbio e a cooperação em ciência e tecnologia no setor espacial e a capacitação de talentos. Nosso objetivo é unir forças na exploração e no uso pacífico do espaço sideral para fomentar o desenvolvimento econômico e social dos dois países e o bem-estar dos dois povos. Juntos, vamos fazer maiores contributos para construirmos uma comunidade global de futuro compartilhado!
Guo Tiantian, Cônsul do Consulado Greal da China no Rio de Janeiro
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