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Precisamos falar sobre valorização da advocacia, e falar sobre valorização, é se reportar a um profissional respeitado, e o respeito está diretamente relacionado a dois fatores: capacitação e remuneração.
Hoje nos deparamos com muitos advogados investindo tempo e recursos financeiros em marketing digital, cursos sobre as ferramentas nas redes sociais, tecnologia e coaching, mas estão deixando de lado o que verdadeiramente impacta o cliente no seu dia a dia de atuação profissional, que é o domínio da sabedoria no âmbito jurídico, o domínio do conhecimento na área de atuação.
Tenho me deparado com profissionais absolutamente envolvidos por muito aparato tecnológico, e por outro lado absolutamente desqualificados para o exercício da profissão, e indubitavelmente isso causa desprestígio de toda uma classe.
Com objetivo de reflexão, pergunto: quantas horas diárias, nós advogados, temos investido em capacitação? Ou, pelo menos quantas horas semanais? Qual a obra jurídica de cabeceira? Quais os locais de pesquisa são fundamentais para a nossa atividade?
O marketing pode contribuir para a captação inicial de clientes, no entanto a advocacia é muito peculiar, já que a indicação, por alguém que já teve experiência com aquele profissional, continua sendo fator determinante na hora da contratação de um advogado.
O segundo ponto é a baixa remuneração. Sabemos que vivemos tempos difíceis, e que de verdade ninguém gosta de gastar com advogado, e isso se aplica muitas vezes ao próprio advogado.
É muito comum que o cliente procure compartilhar um sentimento de justiça em relação ao caso dele, e envolver emocionalmente o advogado, para através desse tipo de conduta fazer com que o profissional sinta constrangimento com a cobrança, afinal, a premissa equivocada é: o profissional contratado estaria lutando por justiça, e nesse contexto, como quem luta por justiça irá receber por isso?
Preciso te dizer que a responsabilidade pela justiça da decisão é dos julgadores, e eu sei que você leitor sabe disso, mas não custa lembrar.
A falta de debate quanto a precificação na advocacia tem resultado em uma massa de profissionais com dificuldade na hora de apresentar seus honorários, e classe mal remunerada, é classe desprestigiada. Nesse contexto o segundo ponto impacta diretamente no primeiro, considerando que a falta de ganhos impede o investimento na capacitação, e por certo esse profissional cada vez mais será desvalorizado.
Precisamos nos unir para debater abertamente, e sem constrangimentos a precificação na advocacia, e que cada advogado assuma o compromisso de buscar diariamente a ampliação da sua capacidade. O sucesso na advocacia é resultado de uma fórmula simples: quantidade e qualidade, quantidade de clientes e qualidade do serviço prestado.
Por Sylvia Drumond Rhaddour Bravin Greth
Advogada e fundadora do Drummond, Rhaddour, Bravin & Greth Advogados. Membro da Associação Brasileira de Processo Civil (ABDPpro). Membro do Instituto Brasileiro de Direito das Famílias (IBDFam). Membro do Instituto dos Advogados do Brasil (IAB). Vice-Presidente da Comissão de Direito Processual Civil da ABA/RJ.
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