País da Fome: "Esvaziaram o setor de carnes", diz gerente de supermercado saqueado no Rio de Janeiro

País da Fome:

Em 2014, auge da Lava-Jato e dos movimentos insuflados pela imprensa historicamente antinacional e entreguista, o Brasil saia do Mapa da Fome após 12 anos de políticas de inclusão social que mudaram a feição do país. Em 2018, dois anos após o golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma, o Brasil volta ao Mapa da Fome e a realidade, nua e crua é a que se apresenta hoje, sem disfarces, no país da lorota patriota.

Carnes, chocolates e bebidas foram os principais itens saqueados na noite de sábado (16/4), no Supermercado Inter de Inhaúma, zona norte do Rio. Segundo um dos gerentes, a parte de carnes foi a mais desfalcada.

“Eles esvaziaram o setor de carne. Levaram os bifes das bandejas, peças de carne, ficou tudo vazio”, disse Júlio Souza, gerente logístico do supermercado.

Nas redes sociais, o caso repercutiu. Em vídeos compartilhados, é possível ver a destruição do mercado e pessoas saindo pelas ruas com carrinhos de compra.

Na véspera de Páscoa, itens como ovos de chocolate e bombons também foram saqueados. Já o bacalhau, ficou intacto: “Acho que eles esqueceram de pegar ou não deu tempo. Mas não chegaram a mexer nos peixeis”, disse o Júlio Souza, que trabalha na rede há 23 anos.

O setor de bebidas também ficou desfalcado. O grupo levou grandes quantidades de cerveja, whisky e vodca. A parte da perfumaria, uma das primeiras invadidas, também foi prejudicada.

A direção do supermercado ainda não sabe o tamanho do prejuízo, que está sendo calculado.

Ação durou 10 minutos

Na noite de sábado, cerca de 200 pessoas invadiram o supermercado. A ação durou no máximo 15 minutos, tempo que a Polícia Militar levou para chegar ao estabelecimento.

“Não teve aviso prévio. O grupo começou a entrar, um volume muito grande de pessoas que começaram a fazer um estrago. Destruíram muita coisa”, disse o gerente que chegou após a ação.

No momento do saque, clientes e funcionários se assustaram. Muitos abandonaram as compras e foram embora. Alguns funcionários tiveram seus celulares levados, mas ninguém foi ameaçado ou se feriu na correria.

Pelo menos 30 funcionários do supermercado trabalhavam no momento do crime. Eles acreditam que homens armados incitaram a população para saquear o estabelecimento.

Investigação

No domingo (17/4), o supermercado reabriu após um mutirão coletivo dos funcionários. Nas redes sociais, a rede fez uma publicação sobre o caso:

“Fomos agredidos, violentados e ficamos abalados e entristecidos com a brutalidade cometida contra a nossa equipe na unidade de Inhaúma, nossa loja foi invadida e saqueada” diz um trecho da nota.

O gerente geral e o segurança foram registrar o caso na 44ª DP, em Inhaúma. A rede vai disponibilizar as imagens internas das câmeras de segurança para ajudar na investigação. Ao longo da semana, os outros funcionários irão prestar depoimento.

“Vamos reforçar a segurança do mercado e conversar com o comandante do terceiro batalhão para eles nos apoiarem”, disse o Júlio Souza. Desde a noite do crime, viaturas da PM fazem a escolta do estabelecimento.

Segundo a Polícia Civil, os representantes do estabelecimento foram ouvidos e testemunhas serão intimadas para depor. (Do Metrópoles)

 

Por Jornal da República em 18/04/2022
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