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O papa Francisco afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi vítima de perseguição política e que a ex-presidente Dilma Rousseff sofreu um processo de impeachment injusto.
"O lawfare abre caminho nos meios de comunicação. Deve-se impedir que determinada pessoa chegue a um cargo. Então, o pessoal o desqualifica e metem a suspeita de um crime. Então, faz-se todo um sumário, um sumário enorme, onde não se encontra [a prova do delito], mas para condenar basta o tamanho desse sumário. 'Onde está o crime aqui?' 'Mas, sim, parece que sim...' Assim condenaram Lula", afirmou o sumo pontífice, em entrevista exibida pela rede argentina C5N. O Papa também citou outros casos de lawfare na América Latina, como Equador, Argentina e Bolívia.
Sobre a ex-presidente Dilma Rousseff, Francisco disse que ela teve o mandato cassado por um "ato administrativo menor" e é "uma mulher de mãos limpas, uma mulher excelente".
O papa ainda citou o "fumus delicti", termo jurídico em latim para conceituar a comprovação de um crime por meio de indícios suficientes de autoria, e ainda disse que "às vezes, a fumaça do crime te leva ao fogo, outras vezes é uma fumaça que se perde porque não há fundamento". Ao jornalista dizer que "inocentes são condenados", o pontífice ressaltou que "no Brasil, isso aconteceu nos dois casos", referindo-se a Lula e a Dilma. Para ele, "os políticos têm a missão de desmascarar uma Justiça injusta".
Em dezembro passado, Francisco já havia dito em entrevista a um jornal espanhol que o processo que levou Lula à prisão começou por uma notícia falsa. "Um julgamento tem que ser o mais limpo possível, com tribunais que não têm outro interesse senão fazer justiça", disse na ocasião.
Nenhum veículo do grupo Globo, Folha, Estadão e satélites repercutiram a fala do Pontífice.
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