Para desviar o foco da CPI ou justificar derrota antecipada em 2022, Bolsonaro volta a atacar presidente do TSE

Após ações do TSE, Bolsonaro voltou a criticar presidente do TSE e avisou:

DA REDAÇÃO - Usando mais uma vez a tática de acusar os adversários de fazer o que na verdade ele faz, o presidente da República Jair Bolsonaro agora diz que “não aceitará intimidações”. Nesta terça-feira (3), em novo ataque contra o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, Bolsonaro acusou sem provas que Barroso coopta membros da corte eleitoral e do STF (Supremo Tribunal Federal) e presta um desserviço ao país ao se opor a mudanças no sistema de voto com a urna eletrônica.

"O ministro Barroso presta desserviço à nação brasileira, cooptando agora gente de dentro do Supremo, né, querendo trazer para si, ou de dentro do TSE, como se fosse uma briga minha contra o TSE ou contra o STF. Não é. É contra ministro do Supremo que é também presidente do TSE querendo impor a sua vontade", disse Bolsonaro a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.

A declaração do mandatário ocorre no dia seguinte ao TSE tomar a ação mais contundente desde que Bolsonaro começou a fazer ameaças golpistas de impedir as eleições em 2022, caso seja mantido o sistema atual de votação. O tribunal aprovou a abertura de um inquérito e o envio de uma notícia-crime ao Supremo para que o chefe do Executivo seja investigado no inquérito das fake news.

"Jurei dar minha vida pela pátria. Não aceitarei intimidações. Vou continuar exercendo meu direito de cidadão de criticar, ouvir, e atender acima de tudo a vontade popular", clamou para a sua claque em sua estratégia de vitimização.

De acordo com a reportagem da Folha de S.Paulo, Bolsonaro voltou a sugerir que há um complô para eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em eleições fraudadas no próximo ano, e repetiu a retórica anticomunista que marcou a sua campanha ao Planalto em 2018.

Em tom de ameaça ao processo democrático, o mandatário disse que pode convocar e participar de manifestações "para darmos o último recado para aqueles que ousam açoitar a democracia". "Repito, o último recado para que eles entendam o que está acontecendo, passem a ouvir o povo", disse o presidente.

Lula lidera com folga as intenções de voto para as eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro perde para todos os candidatos em simulações de segundo turno, é considerado corrupto por 54% da população e ainda vê os filhos e a si próprio envolvidos em ações de improbidade administrativa ou acusação de corrupção. (Com Brasil247)

Por Jornal da República em 03/08/2021
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