Para zerar fila de cirurgias UERJ vai fazer rastreamento de pacientes com retinopatia diabética

Para zerar fila de cirurgias UERJ vai fazer rastreamento de pacientes com retinopatia diabética

A pandemia de covid-19 causou uma queda brusca no número de atendimentos e procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em geral. A queda também atingiu procedimentos diagnósticos, que diminuíram bastante no último período, incluindo os destinados à prevenção e promoção da saúde dos olhos.

Para auxiliar no atendimento dessa demanda, a UERJ vai iniciar na segunda quinzena de março, um rastreamento de pacientes com retinopatia diabética para zerar fila do SUS. Segundo  Ricardo Lodi,  reitor da Universidade, o objetivo principal nesse momento é implementar um protocolo de rastreamento que possa agilizar a detecção dos casos de RD através de Telemedicina e Sistema de Inteligência Artificial, e diminuir a demanda reprimida de pacientes em lista de espera para exame de retina e de consulta com oftalmologistas.

- Queremos zerar essas solicitações e, posteriormente implantar uma forma de atendimento eficiente que possa evitar uma longa espera. Nosso objetivo é prestar um atendimento de qualidade a toda a população do Estado pois a Uerj tem compromisso com a saúde da população”, explicou Lodi. 

Inicialmente serão rastreados os pacientes já cadastrados no sistema e que são moradores da região da Tijuca, Praça da bandeira, Alto da Boa Vista, Vila Isabel, Maracanã, Andaraí e Grajaú. Os exames serão realizados por médico oftalmologista especialista em retina e técnicos em Oftalmologia adequadamente treinados.

A retinopatia diabética (RD) é uma doença ocular grave e que pode levar à cegueira se não for devidamente tratada. Ela é uma das manifestações da Diabetes Mellitus, sendo considerada a maior causa de cegueira na população trabalhadora (abaixo dos 50 anos). 

Os exames de retinografia serão realizados com retinógrafos de mesa CANON CR2 com Imagem Net lite operados no serviço de Oftalmologia no HUPE (2 aparelhos) e na PPC (1 aparelho).  Os exames serão realizados por médico oftalmologista especialista em retina e técnicos em Oftalmologia adequadamente treinados.

O laudo e encaminhamento serão enviados por mensagem e e-mail para todos os pacientes. Os exames serão agendados através de mensagens eletrônicas e/ou contato telefônico. Em um turno de 4 h serão agendados 4 pacientes por hora, sendo 16 pacientes/turno.

No primeiro mês o projeto será iniciado com 1 retinógrafo no HUPE para treinamento dos técnicos em Oftalmologia e 2 turnos de trabalho por semana (32 pacientes/dia; 128 pacientes/mês). Posteriormente serão utilizados 2 retinográfos simultaneamente (HUPE e PPC) e a capacidade será de atender 224 pacientes em 1 mês.

 - Esperamos que esse projeto piloto demonstre a efetividade do rastreamento da RD através da telemedicina e IA, com tratamento oportuno e precoce dos casos graves e prevenção de casos de cegueira. E que, com a organização do serviço de Tele-Oftalmo Rio na UERJ, possa ser expandido para outras regiões da cidade e do Estado do Rio de Janeiro - disse Lodi.

Vale lembrar que a UERJ possui serviço de Oftalmologia no Hospital Pedro Ernesto (HUPE) que é referência no estado para o tratamento das doenças da retina, realizando uma média mensal de atendimentos a 220 pacientes com doenças da retina, 120 tratamentos a laser, 30 exames de angiografia fluoresceínica e 400 injeções intravítreas e aproximadamente 20 cirurgias de vitrectomias. 

Mais uma vez é a UERJ mudando a vida das pessoas.

Por Jornal da República em 14/02/2022
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