Partido de Pablo Marçal, PRTB tem 'presidente postiço' indiciado por elo com PCC e acusado de ameaça ao ex

Partido de Pablo Marçal, PRTB tem 'presidente postiço' indiciado por elo com PCC e acusado de ameaça ao ex

Partido pelo qual o empresário e treinador Pablo Marçal deve disputar a prefeitura de São Paulo, o PRTB tem um dirigente "postiço" no estado que acumula condenações na Justiça e indiciamentos pela Polícia Civil. Tarcísio Escobar ocupou a presidência da nomeação por três dias, mas ainda se diz líder do partido na capital paulista.

Escobar foi condenado duas vezes, por estelionato e por furto, e também denunciado pela ex-mulher por ameaça de agressão. O jornal "O Estado de S. Paulo" revelou que o dirigente também foi indicado pela associação para o tráfico e organização criminosa, o Primeiro Comando da Capital (PCC). O indiciamento ocorreu em julho de 2023, mas ainda não se reverteu em ação na Justiça.

Além de manter a carga de "presidente" em perfis de redes sociais, ele circula por eventos do PRTB com dirigentes e até o presidente nacional, Leonardo Avalanche, e é apresentado pelos companheiros como líder do diretório estadual em São Paulo.

Procurado, Avalanche nega que Escobar exerça alguma carga no PRTB e que tenha tido papel nas articulações pela filiação de Marçal, cuja pré-candidatura foi anunciada em maio. A intermediação foi feita entre o advogado do empresário, Tassio Renam, e a própria presidência da sigla, segundo Avalanche.

— Quem ajudou a articular foi Leonardo Avalanche. O CEO das empresas dele (Marçal), o dr. Tassio, que é um amigo, fez o meio de campo — afirma Avalanche, referindo-se a si mesmo na terceira pessoa.

Consta no site da Justiça Eleitoral que Escobar ocupou o cargo de presidente estadual por três dias, entre 18 e 21 de março deste ano, quando foi substituído por Joaquim Pereira de Paulo Neto.

Condenações

Escobar foi preso por furto em 2017, quando, junto com outro homem, entrou em uma agência bancária no Shopping Internacional de Guarulhos e roubou um envelope com R$ 250 que pertencia a uma mulher.

Segundo a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Escobar e o companheiro perceberam que uma mulher precisava de ajuda para fazer um depósito no banco, e então se aproveitaram da situação para pegar o envelope com o dinheiro e trocá-lo por outro vazio. Eles saíram da agência e, ao tentarem sair do shopping, foram envolvidos por segurança. A dupla foi presa em flagrante e autorizada a cometer crime. Escobar foi condenado por furto em dezembro de 2017 a dois anos de prisão em regime inicial semiaberto.

Ele também foi condenado por crime de estelionato em setembro de 2023, por uma situação semelhante. Segundo uma denúncia, em 2008, ele foi até uma agência bancária em Poá, na Grande São Paulo, onde fingiu ser funcionário para ajudar um cliente. Numa situação semelhante às suas reportagens, ele trocou um envelope contendo R$ 800 ou outro vazio, que depositou na caixa eletrônica.

No ano passado, a Justiça o condenou pelo crime de estelionato a pena de um ano e dois meses de prisão, que foi aumentado pela prestação de serviços à comunidade e o pagamento de multa a uma instituição de caridade.

Ameaças contra uma ex-mulher

Escobar foi acusado de violência doméstica contra uma ex-companheira. Segundo o boletim de ocorrência, registrado em 27 de agosto de 2022, a mulher foi casada com Escobar por seis anos, e os dois tiveram um filho juntos.

A vítima relatou à polícia ter sido agredida várias vezes durante o casamento, e que mesmo depois do término, na época em que registrou o BO, ele ameaçou de agressão por telefone depois que colocou o filho do casal de prisão.

“Ele tem arma na casa dele, não tem porte de nada, então já me separei porque (por) anos fui agredida, e quero medida protetiva”, disse ela à Polícia Civil. Um denunciante afirmou que o ex-marido ainda ameaçou recorrer ao Conselho Tutelar para tentar tirar o filho dela. “Muitas ameaças dele. Porque diz ser muito importante em Suzano, onde mora, e nada acontece. Falou que é muito importante, anda com pessoas importantes e nada acontece com ele”, acrescentou a mulher.

A Justiça determinou uma medida protetiva no dia 28 de agosto daquele ano. A decisão o proíbe de se aproximar da vítima e de seus familiares, ou de manter qualquer contato com ela, mesmo por meio de familiares e conhecidos, além da restrição de frequentar os mesmos lugares. Em 17 de maio deste ano, a Justiça mandou intimidar a mulher questionando se as medidas protetivas ainda são permitidas, mas ainda não houve resposta.

Com informações O Globo

 

Por Jornal da República em 10/06/2024
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