Pentecostalismo torna-se 'patrimônio imaterial' do Rio. Que bobagem!

Por PAULO LOPES / jornalista

Pentecostalismo torna-se 'patrimônio imaterial' do Rio. Que bobagem!

A Assembleia Legislativa do Rio aprovou e o governador Cláudio Castro (PL) sancionou o movimento pentecostal como 'patrimônio imaterial' do Estado. E o significado disso é nada. Não mata a fome de ninguém, não aumenta vagas nas creches públicas, não cria leitos em hospitais de pobres.

A rigor, toda expressão cultural, religiosa ou não, é um "patrimônio imaterial" em si, ninguém precisa dizer ou fazer lei para reconhecer o óbvio.

O deputado Samuel Malafaia, irmão do pastor Malafaia, é o autor do projeto de lei dessa estrovenga, o que explica tudo. O nobre parlamentar quer agradar os pentecostais, quer mostrar serviço, obter votos nas próximas eleições. E o governador também.

A declaração do pentecostalismo como "patrimônio imaterial" é uma bobagem, que, aliás, não faz sentido em um Estado laico, mas teve um custo para os cofres públicos.

Para elaborar o projeto de lei, o deputado Malafaia usou parte do seu trabalho, que é pago pelos brasileiros, assim como seu cafezinho na Assembleia, o salário de seus assessores, a gasolina do seu carro oficial e tudo mais. Se somar tudo isso, dá um dinheirão.

O deputado Samuel Malafaia deveria ser declarado como "patrimônio inútil".

Por Jornal da República em 19/11/2021
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