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Na semana em que se comemora o Dia do Trabalhador, uma pesquisa divulga um ranking com as 10 competências que o todo brasileiro precisa desenvolver para conquistar sucesso na carreira. Na classificação das soft skills que os trabalhadores precisam melhorar para se destacar no mercado estão resolução imediata de problemas, criatividade e antifragilidade, ou seja, a capacidade de se adaptar e tirar proveito dos desafios enfrentados sem se abater com eles.
O levantamento, elaborado pela Escola do Caos, Consultoria em Liderança e Inovação, ouviu mais de 1200 pessoas de vários cargos - de aprendizes e estagiários até analistas, superintendentes e CEOs de grandes empresas - distribuídos por todo País entre os dias 23 de março e 10 de abril. A pesquisa mapeou as soft skills, ou competências comportamentais, que necessitam ser desenvolvidas e aquelas que já são de domínio da força de trabalho brasileira.
“O estudo é importante porque as competências comportamentais ditam as regras no mercado profissional atualmente. E quem consegue turbinar estes atributos pode ampliar as chances de crescimento na carreira.”, diz Anderson Bars, sócio da Escola do Caos e idealizador da pesquisa.
Em um mercado que se transforma rapidamente, não há mais espaço para o conhecimento técnico apenas. A maneira como as pessoas se relacionam, como gerenciam seus conflitos e como lidam com seus pares, subordinados, superiores e clientes, por exemplo, define seu sucesso muito mais do que suas habilidades específicas ou técnicas. É isso que vai fazer a diferença no dia a dia para que um profissional se destaque mais do que o outro na Era do Caos. A pesquisa revela o que os profissionais precisam desenvolver a partir dos desafios do dia a dia e aponta caminhos para que possam acelerar suas carreiras.
“Em vez de predizer quais seriam as competências necessárias para o sucesso profissional, o que fizemos na Escola do Caos foi buscar os principais estudos e referências globais que se propunham a indicar as competências comportamentais fundamentais para os dias de hoje e compilá-los em uma única lista. A partir do agrupamento das soft skills que mais apareceram nesses estudos, chegamos à conclusão sobre quais são as 10 soft skills mais relevantes para os profissionais. São elas: autogestão, pensamento analítico, colaboração, lidar com a diversidade, inteligência emocional, resolução de problemas, antifragilidade, criatividade, comunicação e escuta ativa e aprendizagem ativa”, explica Anderson Bars.
Mapeadas as 10 soft skills, foram estruturadas perguntas que levaram em consideração situações do dia a dia para que os respondentes revelassem como se comportariam em determinados contextos. Com o cruzamento destes dados, em um ranking de 0 a 100%, onde 100% significa que o respondente tem a competência completamente desenvolvida e 0% significa que a pessoa não apresenta aquele comportamento, foi possível entender em quais soft skills os brasileiros estão mais ou menos desenvolvidos.
A soft skill pior colocada no ranking foi resolução de problemas, com apenas 28,1% de desenvolvimento entre os entrevistados, seguida de criatividade que atingiu o patamar de 45,8% de maturidade entre os respondentes.
“O brasileiro está acostumado a resolver problemas. Mas aqui o que detectamos é que essa resolução de problemas nem sempre é assertiva. Há um sentimento forte de ‘preciso tirar esse problema da frente’ e por isso alguns profissionais recorrem a métodos que deram certo no passado, o que não necessariamente garante assertividade hoje”, explica Pedro Veríssimo, Head de Produtos da Escola do Caos e líder do estudo.
Já com criatividade, a história é um pouco diferente. “Há uma crença de que criatividade está vinculada a grandes momentos, ideias inovadoras, mas aqui a gente quis avaliar a criatividade no dia a dia, nas tarefas rotineiras, na nossa capacidade de repensar processos, otimizar nossas entregas e resultados. E tudo isso mesmo quando as coisas vão bem. O que pode ser um desafio para muita gente”, acrescenta Pedro Veríssimo.
Em compensação, a autogestão é um ponto forte, ela conta com o desenvolvimento de 67,4% entre os profissionais. Pensamento analítico vem na sequência, com 62,6% de aderência.
“O brasileiro cresce na adversidade. De um lado, ele é bom em se autogerenciar, e aqui estamos falando em gerenciar seu tempo, ter foco e saber priorizar as tarefas, por outro, com o pensamento analítico, detectamos que ele tem capacidade de avaliar cenários e tomar decisões mesmo na incerteza. Se ele não fizer isso, em meio a um cenário de incertezas, frágil, e sobretudo em um país ainda com muita desigualdade de oportunidades, ele não sobrevive.”, diz Pedro Veríssimo.
Pessoas entre 40 e 59 anos e quem tem a partir dos 60 anos são os grupos que apresentam os melhores resultados nesses quesitos, com 67,8% e 67,5% de aderência em autogestão. E, em pensamento analítico, com 64,2% e 68,2%, respectivamente. “A gente tem que ter clareza que a experiência profissional é importante. Podemos até acelerar, mas não podemos pular etapas. A pesquisa mostrou que as competências aumentam gradativamente conforme idade e experiência profissional, o que é uma grata surpresa em um mercado que valoriza tanto os novos talentos em detrimento dos mais experientes”, afirma Anderson Bars.
Liderança
As pessoas em posição de liderança que responderam à pesquisa apresentaram os melhores índices em todas as soft skills avaliadas. “Em todas as soft skills, quando comparamos líderes e não líderes, notamos que há um desenvolvimento maior nas competências de quem está na liderança, mostrando que o ganho de maturidade profissional vem acompanhado do desenvolvimento de competências comportamentais”, explica Anderson Bars
Em antifragilidade, avaliando líderes de todos os níveis, o percentual de desenvolvimento é de 41,5%, no entanto, no recorte de C-level este número é de a 51,2%.
Mulheres
Lidar com a diversidade, inteligência emocional, comunicação e escuta ativa, criatividade e antifragilidade são competências mais desenvolvidas entre as mulheres em comparação com os homens.
“Em um mercado ainda permeado pelo machismo, ainda que sutil, é natural que as mulheres tenham se desenvolvido em uma competência como a antifragilidade, onde elas crescem com os desafios que enfrentam. Também não surpreende que sejam melhores do que seus colegas em lidar com a diversidade, inteligência emocional, comunicação, escuta ativa e criatividade porque equilibrar vida pessoal e profissional requer que se desenvolvam nessas competências para sobreviver no mercado”, conclui a jornalista Amanda Costa, sócia da Escola do Caos, líder de comunicação e marketing e referência em liderança feminina.
Já os homens apresentaram maior aderência em autogestão, pensamento analítico, colaboração, aprendizagem ativa e resolução de problemas. “Desde criança, os homens são conduzidos a um pensamento mais voltado para a racionalidade e desencorajados a expor suas emoções. Quem nunca ouviu a famosa máxima ‘Homem não chora’ e as próprias atividades a que são mais expostos no mercado favorecem o desenvolvimento de autogestão e pensamento analítico por exemplo”, explica Amanda Costa.
Como acelerar o desenvolvimento das soft skills?
“A gente não vai ser bom em tudo. Talvez não seja o caso de sanar os gaps, mas de até fortalecer as competências nas quais eu já sou bom. O fundamental mesmo é que cada um se conheça e tenha leitura de cenário do seu mercado e da sua empresa para conseguir entender se as fortalezas que tem são compatíveis com os seus desafios”, conclui Anderson Bars.
Confira os destaques da pesquisa “As soft skills para crescer na Era do Caos”
Ranking geral
1- Autogestão – 67,4%
2- Pensamento analítico – 62,6%
3- Colaboração – 56,9%
4- Lidar com a diversidade – 54,8%
5- Inteligência emocional – 52,2%
6- Aprendizagem ativa – 52,1%
7- Comunicação e escuta ativa – 49,8%
8- Criatividade – 45,8%
9- Antifragilidade – 37,8%
10- Resolução de problemas – 28,1%
Entenda o que é cada uma das competências
Autogestão - Gestão consciente do tempo, autoconfiança sobre suas habilidades, criação de rotinas mais eficientes e produtivas, priorização de atividades e foco.
Pensamento analítico - É ter foco no curto, médio e longo prazo, tomar decisões agora que conduzirão a organização em direção a seus objetivos e analisar cenários.
Colaboração - Reunir talentos e conhecimentos para alcançar um objetivo comum, criar sinergia e melhorar resultados por meio do time, ampliar a confiança e minar comportamentos disfuncionais.
Lidar com a diversidade - Buscar ativamente a diferença, valorizar habilidades e perspectivas diferentes da sua.
Inteligência emocional - É saber reconhecer, compreender e gerir suas emoções, mesmo em momentos de estresse, e ter conversas desconfortáveis sem magoar o outro.
Resolução de problemas – é dar sentido a informações complexas, extensas e às vezes contraditórias, definir o problema cuidadosamente sem tirar conclusões apressadas ou sem tentar novas soluções.
Antifragilidade - habilidade de se adaptar e tirar proveito dos desafios, agindo de acordo com as circunstâncias e ajustando comportamentos e ações de acordo com o contexto, avaliando continuamente o impacto, e fazendo ajustes quando necessário.
Criatividade - gerar novas ideias, melhorar constantemente os processos operacionais, repensar rotinas, tomar a iniciativa e colaborar com as pessoas que têm diferentes pontos de vista.
Comunicação e escuta ativa – comunicação clara que contribui com o entendimento mútuo, harmonia e execução eficaz das ações, com escuta atenta e empática.
Aprendizagem ativa - é estar comprometido com o autodesenvolvimento, procurando maneiras de construir habilidades que você vai precisar no futuro, aprendendo com a experiência, procurando o feedback e sendo aberto às opiniões.
Sobre a pesquisa
O levantamento, elaborado pela Escola do Caos, ouviu 1.200 profissionais distribuídos por todo País em setores como indústria, comércio, serviços e terceiro setor. Contou com parceria da Associação Brasileira de Recursos Humanos seccional São Paulo (ABRH-SP), UOL EdTech para empresas, Maturi, Instituto Vasselo Goldoni (IVG), Impacta e Armazém, empresa especializada em Design e Criatividade.
Método aplicado
As 10 soft skills foram relacionadas a partir de estudos e análises apresentadas em demandas de organizações. Para traçar o ranking das competências, foram elaboradas 30 questões a serem respondidas pelos entrevistados que tinham como objetivo medir a aderência às habilidades previamente listadas, ou seja, definir o grau de adesão às situações propostas no questionário. Foram oferecidas frases simulando situações cotidianas e quais saídas poderiam ser adotadas para identificação de cada soft skill.
Escola do Caos
A Escola do Caos é uma startup do setor de Educação Corporativa, ou uma Edtech, como se diz nesse universo. Sua sede fica na Vila Madalena, Zona Oeste de São Paulo/SP. Os sócios fundadores concentram suas pesquisas em Liderança e Inovação e têm como foco metodologias para acelerar a aprendizagem e o autodesenvolvimento dos trabalhadores. Fundada em agosto de 2020 por Alberto Roitman, Amanda Costa, Anderson Bars e Felipe Bragatto, a empresa tem hoje 150 clientes, 50 colaboradores e mais de 350 projetos entregues.
A Escola do Caos é parceira do UolEdtech para empresas e tem mais de 500 videoaulas de liderança e inovação embarcadas na plataforma de aprendizagem da empresa do Grupo Folha de S. Paulo. A Escola do Caos também publica uma revista especializada em temas corporativos, a Revista Caótica, publicação bimestral e gratuita, e tem ainda um podcast, O Caos Corporativo, com episódios semanais que tratam de temas do universo do trabalho e do desenvolvimento pessoal.
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