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A corrida eleitoral pela prefeitura de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, ganhou contornos dramáticos após o rompimento entre o atual prefeito, Waguinho, e seu ex-aliado, o deputado estadual Márcio Canella (União Brasil). Como diria o saudoso Roberto Marinho, fundador do Grupo Globo, "política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou".
Segundo pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (21), Canella desponta na liderança com 51% das intenções de voto, enquanto Matheus do Waguinho (Republicanos), sobrinho do prefeito, aparece com 25%. Um cenário que reflete a ruptura entre os antigos companheiros de chapa.
Canella e Waguinho foram aliados próximos até as eleições de 2022, quando o prefeito decidiu apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno presidencial, enquanto o deputado optou por Jair Bolsonaro (PL). Como já dizia o escritor Machado de Assis, "a política é a arte de escolher entre o desastroso e o desagradável".
O racha se aprofundou em março do ano passado, quando Waguinho anunciou que não apoiaria Canella à sua sucessão, preferindo lançar o sobrinho Matheus, seu secretário municipal de Gestão e Inovação. Uma decisão que pegou o deputado de surpresa e selou o fim da aliança.
Apesar da vantagem inicial de Canella, a pesquisa Quaest mostra que a disputa ainda pode reservar surpresas. Quando o apoio de Bolsonaro ao deputado e o de Lula a Matheus são mencionados aos entrevistados, a diferença entre os candidatos diminui: Canella vai a 53%, e Matheus sobe para 36%. Como diria o jurista Rui Barbosa, "a política não é uma ciência exata, mas uma arte de possibilidades".
Outro fator que pode influenciar a eleição é a avaliação da gestão de Waguinho. Segundo o levantamento, 42% dos eleitores aprovam sua administração, enquanto 25% a reprovam. Um saldo positivo que pode beneficiar seu candidato, apesar das divergências familiares.
A pesquisa Quaest ouviu presencialmente 614 moradores de Belford Roxo com 16 anos ou mais, entre os dias 14 e 15 de junho. Com margem de erro de quatro pontos percentuais e nível de confiança de 95%, o levantamento indica que a eleição na cidade promete ser uma das mais disputadas e imprevisíveis da Baixada Fluminense.
Como ensina o provérbio chinês, "quando os ventos da mudança sopram, algumas pessoas constroem muros, outras constroem moinhos". E em Belford Roxo, os ventos da política já começaram a agitar as pás dos moinhos eleitorais.
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