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A Polícia Federal concluiu em seu relatório final que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desempenhou um papel central em uma suposta conspiração golpista destinada a impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022. A investigação, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), baseou-se em depoimentos de ex-comandantes das Forças Armadas e do então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira.
Segundo informações publicadas pelo jornal O Globo , Bolsonaro teria realizado reuniões no Palácio da Alvorada com lideranças militares, apresentando planos para a decretação do Estado de Defesa ou de Sítio e apresentando a implementação de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O objetivo seria questionar o processo eleitoral e as medidas específicas para se manter no poder.
Depoimentos reveladores
O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, relatou ter sido pressionado por Bolsonaro para apoiar a execução de um golpe de Estado. Ele afirmou que o ex-presidente apresentou a ele duas versões de uma minuta golpista. Em uma comissão das reuniões, Bolsonaro teria sugerido criar uma para revisar os resultados das eleições, ação que Freire Gomes rejeitou facilmente.
“Caso tentasse tal ato, teria que prender o presidente da República”, declarou Freire Gomes em uma das reuniões, de acordo com o depoimento registrado.
O tenente-brigadeiro Baptista Jr., ex-comandante da Aeronáutica, corroborou o relato, afirmando que a resistência de Freire Gomes foi decisiva para evitar que os golpistas de Bolsonaro avançassem.
O plano e seus desdobramentos
Entre as medidas propostas por Bolsonaro, houve a instauração de mecanismos previstos na Constituição, como o Estado de Defesa, para tentar legitimar a suspensão da posse do presidente eleito. O relatório destaca que a minuta golpista não apenas detalhava essas ações, mas também buscou respaldo nas Forças Armadas para segui-las.
As investigações indicam que Bolsonaro considerava a possibilidade de instaurar uma crise institucional para se perpetuar no cargo, mas encontrou resistência entre as lideranças militares, que optaram por seguir o regime democrático.
Repercussão e próximas etapas
O inquérito segue agora nas mãos do STF, que avaliará a responsabilidade de Bolsonaro e dos demais envolvidos. O ex-presidente já foi ouvido em outros processos no tribunal e, caso as acusações sejam confirmadas, pode enfrentar graves consequências legais.
O caso marca mais um episódio crítico na história recente do Brasil, evidenciando o impacto de uma crise política que colocou em risco a democracia brasileira.
Fonte: Brasil247
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