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O primeiro inquérito da Polícia Federal aberto para apurar intimidações contra diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concluiu que houve crime de ameaça. O acusado, contudo, não foi indiciado por se tratar de crime com menor potencial ofensivo.
O referido inquérito foi aberto pela polícia ainda em outubro, quando a agência começava a discutir sobre a vacinação de crianças da faixa etária entre 5 a 11 anos e concluído no mês passado. O principal investigado foi um paranaense chamado Douglas Bozza, que, segundo relatório, enviou ameaças de morte por e-mail a diretores da agência.
Nas mensagens, às quais a Folha de S. Paulo teve acesso, Bozza dizia que acabaria com a vida de quem “atentasse contra vida de seu filho”, em relação à obrigatoriedade da vacinação de crianças, caso fosse aprovada, à época.
“Por identificar uma ameaça contra a saúde e integridade do meu filho nestas vacinas experimentais, sejam o que forem (sic), estou tomando a difícil atitude de retirá-lo do ambiente escolar”, dizia a mensagem enviada. Deixando bem claro para os responsáveis de cima para baixo: quem ameaçar, quem atentar contra a segurança física do meu filho, será morto”, disse o homem.
Em sua defesa, o paranaense disse que teria tomado a atitude de ameaçar os diretores da Anvisa, porque teria enviado um e-mail ao órgão, pedindo alguns esclarecimentos, e teria sido ignorado. Ele também disse estar seguro que “as vacinas são uma ameaça para as crianças”.
Apesar de não ter sido indiciado por, segundo a PF, se tratar de crime com menor potencial ofensivo, ainda cabe ao Ministério Público Federal decidir se acusa Bozza, a pena para o crime de ameaça varia de 1 a 6 meses de prisão ou multa.
“No âmbito da investigação que apura crime de ameaça contra os servidores públicos diretores da Anvisa, a Polícia Federal informa que identificou o seu autor, ouviu todas as partes e concluiu o inquérito policial, que foi encaminhado à Justiça Federal de Brasília para as providências cabíveis”, disse.
Novas investigações
Depois da aprovação e autorização da vacinação de crianças entre 5 a 11 anos, na quinta-feira (16/12), os integrantes do órgão voltaram a ser ameaçados, principalmente pelo endosso do próprio presidente Jair Bolsonaro (PL), que disse que tornaria público os nomes dos nomes dos diretores e técnicos responsáveis pela aprovação do imunizante.
“A Anvisa não está subordinada a mim. Deixar bem claro isso. Não interfiro lá. Eu pedi, extraoficialmente, o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de 5 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas, para que todo mundo tome conhecimento e, obviamente, forme o seu juízo”, afirmou em transmissão ao vivo nas redes sociais.
Pelas novas ameaças, a PF tornou a abrir nova investigação, que começaram já um dia antes de a agência autorizar o uso da vacina da Pfizer contra Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos.
O superintendente da PF do Distrito Federal declarou que já recebeu as informações sobre o caso e trabalha na identificação dos responsáveis. (Do Metrópoles)
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