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A Polícia Federal (PF) está perto de concluir três inquéritos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro, sendo um deles sobre o suposto uso da estrutura do Estado para desvio de joias. Em um café da manhã com jornalistas nesta terça-feira (11), o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, revelou que uma nova joia foi descoberta durante diligências nos Estados Unidos, com o apoio do FBI, fortalecendo as investigações.
Além do já conhecido conjunto de joias, a PF encontrou outra peça que não estava inicialmente no foco da apuração. Embora Rodrigues não tenha dado detalhes sobre a nova joia, ele afirmou que a descoberta reforça as evidências contra Bolsonaro. "Isso só robustece a investigação que se tem feito, demonstrando todas as circunstâncias e tudo o que houve nesse contexto, desde a apreensão no aeroporto até o dia de hoje", explicou.
Investigação de Peculato
Bolsonaro está sendo investigado por supostamente utilizar a estrutura do Estado para desviar joias ofertadas como presentes oficiais pelo governo saudita, visando seu enriquecimento ilícito. Ricardo Saadi, diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção da PF, comentou que a nova descoberta pode caracterizar um crime continuado, o que pode ser considerado um agravante na definição do caso.
Conclusão das Investigações
Rodrigues destacou que até o próximo mês três investigações que envolvem Bolsonaro devem ser finalizadas. As investigações em questão incluem o caso das joias, a suposta fraude no cartão de vacinação, e a tentativa de golpe de Estado. "Eu estimo, a nossa expectativa é que no mês de junho a gente finalize as duas investigações, sobre joias e vacinas, e no mês de julho a gente finalize a investigação sobre o golpe", afirmou o diretor-geral da PF.
Possíveis Desdobramentos
Mesmo com a conclusão dos inquéritos, Rodrigues não descartou a possibilidade de novos desdobramentos. "Há essa finalização, sem prejuízo que o fruto desse trabalho todo haja desdobramentos, cause outras investigações, segue o jogo", comentou.
Delações Premiada e Monitoramento
Além disso, a PF está considerando firmar acordos de delação premiada no âmbito da investigação sobre uma suposta estrutura paralela na Agência Nacional de Inteligência (Abin) para monitorar e espionar opositores do governo Bolsonaro. "Estamos (no momento das) diligências finais, tem a possibilidade de colaboração de investigados", afirmou Rodrigues.
Sobre a discussão no Congresso para acabar com a delação premiada de réus presos, Rodrigues preferiu não opinar diretamente, mas defendeu a importância do instrumento como técnica de investigação. "A delação é importantíssima, é uma ferramenta e estamos usando esse instrumento como sempre deveria ser usado, como meio de obtenção de prova", concluiu.
Contexto Político
Bolsonaro, que sempre negou envolvimento nos crimes, está inelegível até 2030 após ser condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação na campanha presidencial de 2022.
Com o avanço dessas investigações, o cenário político e jurídico de Bolsonaro se complica, com possíveis impactos significativos para seu futuro e para o cenário político brasileiro.
Fonte: Brasil247
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