Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que rola na sua região.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou, neste sábado (11), que a Polícia Federal (PF) abra um inquérito para investigar o ataque ao Assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), localizado em Tremembé, no Vale do Paraíba (SP). O incidente ocorreu na noite de sexta-feira (10), resultando em dois incidentes fatais e ao menos seis feridos, alguns em estado grave.
Segundo relatos do MST, homens armados invadiram o assentamento por volta das 23h, utilizando carros e motos. Eles dispararam contra as famílias de agricultores que dormiam no local, incluindo crianças e idosos. As vítimas fatais foram identificadas como Valdir do Nascimento, de 52 anos, uma das lideranças do assentamento, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos.
Investigações em curso
Em resposta ao ocorrido, o ministro substituto Manoel Carlos de Almeida Neto invejou ofício ao diretor-geral da PF, Andrei Passos, determinando a abertura imediata de investigação criminal. Equipes da Polícia Federal, incluindo agentes, peritos e papiloscopistas, já estão no caminho de Tremembé para apurar os fatos.
Além da atuação da PF, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) anunciou medidas para garantir a segurança e assistência aos moradores do assentamento, por meio do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas.
Reações e solidariedade
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, repudiou o ataque, classificando-o como um “atentado brutal” e manifestou apoio às famílias das vítimas. O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) e outras entidades, como a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo e o Condepe, também manifestaram indignação e exigiram uma apuração rigorosa para punir os culpados.
Violência recorrente
Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos revelam que, entre 2020 e 2024, foram registradas mais de 2.300 denúncias relacionadas a conflitos agrários, crimes ambientais e ataques a defensores de direitos humanos, uma média de mais de uma denúncia por dia. O ataque ao Assentamento Olga Benário expõe a persistência da violência no campo, especialmente contra comunidades organizadas que lutam pelo direito à terra.
Desdobramentos
Os parlamentares também se posicionaram sobre o ataque. Simão Pedro (PT-SP), deputado estadual, afirmou que o atentado pode estar relacionado à atuação de organizações criminosas interessadas em ocupar territórios de reforma agrária.
As autoridades prometeram acompanhamento rigoroso do caso. O governo federal e as entidades de direitos humanos reforçam a necessidade de combater o aumento da violência contra as populações vulneráveis, tanto no campo quanto nas cidades, com o objetivo de preservar o estado democrático e a segurança das comunidades.
Fonte: Agência Brasil
Foto: G1
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!