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RIO DE JANEIRO - Em uma manobra política que visa remodelar o cenário eleitoral do Rio, segundo matéria do Correio do Manhã, o Partido Liberal (PL) está incentivando a entrada de outros candidatos conservadores na corrida eleitoral, além do já anunciado Alexandre Ramagem. Este movimento, apoiado pelo clã Bolsonaro e pelo governador Cláudio Castro, tem um objetivo claro: evitar a vitória do atual prefeito Eduardo Paes (PSD) já no primeiro turno das eleições municipais.
PL Pulverizando a Direita para Fortalecer a Luta
A estratégia de "pulverizar" os votos conservadores não é nova, mas nesse contexto, ganha uma dimensão estratégica significativa. Ao incentivar candidaturas como a de Otoni de Paula (MDB) e Rodrigo Amorim (União), o PL busca não apenas diversificar as opções para o eleitorado de direita, mas também criar um ambiente de maior competitividade contra Paes. Paes tem o voto do Centro e tenta ampliar sua base com os votos da esquerda, coligando-se com o PSB, PDT e Federação (PT, PC do B e PV) sendo assim o favorito na disputa.
Alianças e Estratégias
Otoni de Paula (MDB) tem apoio de parte dos evangélicos e cúpula do MDB, Marcelo Queiroz (PP), com o apoio de Cláudio Castro, e Rodrigo Amorim (União), estimulado por figuras importantes do União Brasil, como o presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar, Pedro Duarte (Novo) busca o voto dos conservadores fora da polarização, representam facetas distintas do espectro conservador. Amorim, em particular, após conversas com figuras de alto calibre como o ex-presidente Jair Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro, que apoiam Ramagem, parece pronto para "desestabilizar" a campanha de Paes, trazendo uma nova dinâmica para a disputa eleitoral.
O Cálculo por Trás da Estratégia
A base dessa estratégia reside na percepção de que o eleitorado de Paes é volátil, uma visão sustentada por pesquisas internas e pela preocupação de que Paes possa abandonar um eventual segundo mandato para concorrer ao governo do estado em 2026. A história recente, com a eleição de 2020 levando Paes a um segundo turno contra Marcelo Crivella, serve como um lembrete de que a fragmentação de votos pode ser uma ferramenta poderosa.
O Papel do União Brasil
O União Brasil, partido de Rodrigo Amorim, se encontra em uma posição delicada. Embora Paes tente cortejar o partido, a resistência no âmbito estadual, especialmente de figuras como Bacellar, que vislumbra suas próprias ambições políticas para 2026, sinaliza uma potencial realinhamento das forças políticas no Rio. Amorim é categórico: caso o União Brasil apoie Paes, ele não hesitará em se aliar ao PL e apoiar Ramagem.
Uma Eleição em Aberto pode ter tiro pela culatra
No tabuleiro político do RIO DE JANEIRO, onde cada jogada pode tanto selar destinos quanto desencadear tempestades, a estratégia da direita de fragmentar votos para unir forças contra o atual prefeito Eduardo Paes (PSD) no segundo turno das eleições de 2024 pode encontrar um obstáculo inesperado.
Tarcisio Motta, deputado federal pelo PSol e agora candidato à prefeitura, emerge como uma peça chave nesse xadrez, desafiando os cálculos e as previsões com uma campanha que promete sacudir o cenário político carioca.
A direita está esquecendo que Eduardo Paes tem apoio do Lula, mas ele nunca foi de esquerda e a maioria de seus votos são de centro, numa eleição polarizada entre direita e esquerda como vem ocorrendo nos últimos anos, com 6 candidatos representando os votos dos conservadores de direita e centro, Tarcisio Motta sobra sozinho na esquerda e pode atrapalhar os planos do PL de pulverizar para união no 2º turno.
A jogada de Motta é audaciosa e clara: vincular seus adversários ao crime organizado que assola o RIO DE JANEIRO, com um olhar especialmente crítico voltado para Eduardo Paes. Essa estratégia não é apenas um golpe no tabuleiro eleitoral, mas também um desafio direto ao status quo político da cidade, ecoando o adágio de que "a verdade dói, mas liberta".
Em uma arena onde muitos preferem o silêncio ou o discurso ambíguo, Motta escolhe a frontalidade, talvez lembrando a todos que "quem não deve, não teme".
Essa manobra do PSol, sob a liderança de Motta, sugere uma reconfiguração das alianças e das estratégias políticas na corrida à prefeitura. Enquanto a direita tenta "amarrar os sapatos para correr", Motta já está a passos largos, buscando não apenas consolidar sua posição como uma alternativa viável, mas também redefinir os termos do debate político na cidade. Sua campanha, portanto, não é apenas sobre ganhar uma eleição, mas sobre mudar a conversa, sobre desafiar os poderes estabelecidos a responderem por suas ações e associações.
Este cenário coloca Eduardo Paes em uma posição delicada. Já não basta se defender dos ataques da direita, agora ele também precisa navegar as acusações de Motta, que promete não dar trégua. Em política, "quem não ataca, defende", e Paes se vê na necessidade de elaborar uma resposta à altura dos desafios que se apresentam.
A estratégia de Tarcisio Motta, portanto, não apenas anima a corrida eleitoral com novos debates e confrontos, mas também serve como um lembrete de que, no jogo político, "o peixe morre pela boca". Ao associar seus adversários ao crime organizado, Motta coloca em cheque não apenas a integridade de seus oponentes, mas também a própria estrutura de poder na cidade, sugerindo que a hora da mudança pode estar mais próxima do que muitos imaginam.
Obs. Cyro Garcia do PSTU é contra Lula, Bolsonaro, Castro e Paes e tem os votos dos trotskistas.
À medida que a campanha se desenrola, os eleitores do RIO DE JANEIRO terão que decidir qual visão de cidade querem seguir. Será que optarão pelo caminho da continuidade ou pelo desafio das grandes mudanças? A resposta, como sempre, estará nas urnas, prontas para contar não apenas votos, mas esperanças e sonhos de uma cidade que nunca para.
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Por Ralph Lichotti
Da Editoria Última Hora Online
Imagem: Redes Sociais
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