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Em um cenário político já aquecido, a gestão do prefeito Eduardo Paes (PSD) enfrenta novas acusações de uso indevido de verbas públicas para fins eleitorais. No dia 20 de junho, Paes assinou um contrato de patrocínio de R$ 950 mil para a celebração do centenário da Assembleia de Deus no Rio de Janeiro, coincidindo com o fechamento de apoio do deputado Otoni de Paula (MDB), ligado à denominação. "A política é a arte do possível," disse Otto von Bismarck, mas para alguns, essa manobra parece ultrapassar os limites do aceitável.
Pedro Duarte, vereador pelo partido Novo, foi categórico em suas críticas: "Não é de hoje que o prefeito está loteando a prefeitura e dando verbas para grupos políticos, em troca de apoio nas eleições. Esse caso é só mais um deles. A prova de que ele sabe que isso é grave é o fato de o processo, apesar de digitalizado, estar oculto no sistema de transparência para o cidadão comum." A vereadora Teresa Bergher (PSDB) também se manifestou, afirmando que acionará o Ministério Público e solicitou cópia dos processos para análise. "Esse patrocínio cheira à compra de apoio eleitoral," declarou.
O contrato, obtido pelo gabinete de Pedro Duarte, inclui contrapartidas como "50 spots de 30 segundos na rádio 93 FM," uma emissora gospel do Rio. O evento, realizado dois dias após a assinatura do contrato, contou com a presença de Paes, Otoni de Paula e do bispo Abner Ferreira, que participou das negociações políticas para o apoio. Ambos, Otoni e Ferreira, negaram qualquer vínculo entre o patrocínio e o apoio político, alegando que participaram do evento apenas como fiéis da Assembleia de Deus, que possui diferentes correntes.
A prefeitura, por sua vez, defendeu a ação afirmando que a autorização do apoio foi dada no início de maio e que "apoia todos os eventos culturais e religiosos que promovam a cidade." No entanto, a movimentação do processo administrativo, conforme registrado no sistema da prefeitura, levanta suspeitas. O processo foi aberto em abril com a carta proposta da Cemad-RJ (Convenção Estadual de Ministros das Assembleias de Deus do Rio de Janeiro) e voltou a ter movimentação significativa apenas em 28 de maio, um dia antes de Paes remanejar R$ 950 mil da conservação da cidade para a rubrica de apoio a eventos.
O deputado Otoni de Paula repudiou as acusações em discurso na Câmara, afirmando que seu apoio ao prefeito não teve condicionantes. "Quero repudiar essa tentativa de ilação, como se meu apoio político ao prefeito Eduardo Paes tivesse essa condicionante," disse. Abner Ferreira, por meio de sua assessoria de imprensa, também negou qualquer conhecimento sobre o patrocínio ou verba pública destinada ao evento.
A situação se complica ainda mais com a recente concessão de R$ 1,5 milhão para a Marcha para Jesus, organizada pelo Comerj (Conselho de Ministros do Estado do Rio de Janeiro), ligada ao pastor Silas Malafaia. Embora Paes não tenha comparecido ao evento, a presença do deputado Alexandre Ramagem (PL) e do governador Cláudio Castro (PL) adiciona mais uma camada de complexidade ao cenário político.
A resolução desse impasse é aguardada com grande expectativa, enquanto a administração de Eduardo Paes continua a ser escrutinada por suas ações e decisões.
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