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A Polícia Civil instaurou, nesta sexta-feira, um inquérito para apurar o crime de racismo contra o dentista Igor Palhano, 30 anos. O filho do humorista Mussum foi impedido de deixar o Park Shopping Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, com sua moto. Ele registrou o caso, nesta sexta, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no Centro do Rio.
"Um funcionário e o responsável pelo shopping serão intimados a depor. Imagens das câmeras de segurança serão solicitadas para esclarecimento dos fatos", afirmou a Polícia Civil, em nota.
Igor contou que se sentiu humilhado e impotente com a situação. Na noite de quarta-feira, os seguranças do shopping pediram a carteira de habilitação dele e o documento da moto. Mesmo com a comprovação de que o veículo pertence a ele, os funcionários o mantiveram no local por mais 30 minutos.
"Eu mostrei documento e habilitação, mesmo não devendo mostrar. Eu me senti humilhado. Eu já estava tão acostumado (com situações de racismo) que tentava levar: 'isso acontece, é da nossa sociedade'. Mas, dessa vez, me privaram de sair. Estou humilhado, impotente. Mesmo tendo vários amigos, uma família que me apoia, passei por isso", lembrou.
Igor não tem dúvida de que foi privado de ir embora por ser negro: "Essa medida de segurança só coube a mim. Só pode ter sido racismo. Se fosse uma pessoa branca em uma moto CBR vermelha, não teria sido abordado. Não teve nenhum relato de roubo a moto no shopping".
O ParkJacarepaguá afirmou em nota que solicitou a documentação de Igor porque ele não estava com o ticket. Confira a nota:
"Em relação ao caso divulgado em rede social sobre um possível ato de discriminação, a administração do shopping esclarece que, ao tentar sair do estabelecimento sem a apresentação do ticket de estacionamento, foi solicitado ao cliente apresentar a documentação. Tal procedimento é comum a qualquer pessoa que queira deixar o estacionamento sem a apresentação do ticket e é prevista na Lei Municipal nº 6.468/ 2019. O shopping reforça ainda que repudia veementemente qualquer tipo de discriminação e que está aberto ao diálogo com o cliente e à disposição das autoridades caso seja necessário qualquer esclarecimento".
A defesa de Igor, no entanto, afirma que o dentista não recebeu o ticket ao entrar no shopping. Após estacionar a moto, Igor procurou a central de atendimento ao cliente, mas, segundo ele, não havia ninguém para atendê-lo. Outro segurança negro o perguntou se poderia ajudar e concordou que a conduta não teria sido a mesma se ele fosse branco. Igor afirmou que após um período impedido de sair do local, foi escoltado até a saída por quatro seguranças. (Do Jornal O Dia)
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