Polícia Civil realiza operação contra quadrilha especializada em desviar cargas de transportadoras

Nove pessoas são presas durante operação da Polícia Civil contra quadrilha especializada em desviar cargas de transportadoras. (Divulgação PCERJ)

Polícia Civil realiza operação contra quadrilha especializada em desviar cargas de transportadoras

Durante a ação, realizada na Baixada Fluminense, nove pessoas foram presas

Policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) deflagraram, nesta quarta-feira (27/03), uma operação contra integrantes de um grupo criminoso especializado em desvio de cargas de transportadoras. A estimativa é que, em um ano, a quadrilha já tenha causado prejuízo de mais de R$ 1,5 milhão às empresas. Durante a ação, realizada na Baixada Fluminense, nove pessoas foram presas, sendo sete em cumprimento de mandado de prisão preventiva e duas em flagrante. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos.

A investigação teve início em janeiro deste ano, após uma transportadora lesada ter relatado que um de seus motoristas teria retirado uma carga de alto valor da empresa e não a entregou aos destinatários. Foi realizada auditoria interna na empresa, que constatou que, além desse motorista, outros funcionários tinham agido da mesma forma.

Depois de o fato ser comunicado à DRFC, os agentes apuraram a existência de um grupo criminoso dos municípios de São João de Meriti e Belford Roxo, que aproveitava a fragilidade no processo de contratação de motoristas parceiros. A quadrilha fazia cadastros de candidatos utilizando telefones e comprovantes de residências falsos. Após aprovação junto à empresa, a quadrilha dava início à ação criminosa.

A investigação revelou que os motoristas deixavam de transportar as cargas para seus destinos, levando para pontos pré determinados pelo grupo, onde essas mercadorias eram pulverizadas. O funcionário retornavam à empresa com os recibos de entrega das mercadorias, mas, após algum tempo, o destinatário entrava em contato com a transportadora alegando não ter recebido o material. Interpelados, os motoristas alegavam que tinham efetuado a entrega, porém não voltavam a atender as ligações.

Em outros casos, os motoristas alegavam que tinham sido roubados, e faziam falsos registros de ocorrências em delegacias.

Segundo apurado, os motoristas, em sua maioria vindos dos municípios de origem do grupo, recebiam entre R$ 500 e R$ 1 mil, dependendo da quantidade de carga desviada. A quadrilha preferia carregamento de alimentos e produtos de baixo valor agregado, que não costumam ter rastreador e são de fácil pulverização. Esses produtos eram vendidos para comerciantes de pequenos estabelecimentos ou de feiras, como as de Acari, Honório Gurgel, São Cristóvão e Jardim América.

Cinco integrantes do grupo criminoso já haviam sido presos, o que motivou o aliciamento de novos motoristas para o esquema. Eles respondem por estelionato, receptação, associação criminosa e falsidade ideológica. As investigações prosseguem para identificar outros membros da quadrilha, além das pessoas que adquiriram essas mercadorias.

 

Por Jornal da República em 28/03/2024
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